Coleção Folha Concertos e Óperas para Crianças apresenta 30 obras

Os dois primeiros volumes do repertório erudito chegam às bancas no próximo domingo

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Cris Martins da Silva
São Paulo
Integrantes do Ballet de Xangai interpretam “O Lago dos Cisnes” em outubro de 2017 - Ye Pingfan/Xinhua

Como apresentar aos jovens o universo da música erudita, tido como distante, até mesmo intransponível, pelo grande público?

Esse é o principal desafio da Coleção Folha Concertos e Óperas para Crianças, cujos dois primeiros volumes chegam às bancas e livrarias no próximo domingo (25).

Ilustrações, tramas adaptadas e passatempos guiam a caminhada do pequeno leitor tanto por narrativas pueris, como a de "O Quebra-Nozes" (volume 4, que sai em 11 de março), quanto pelas trágicas, caso de "Romeu e Julieta" (volume 3, a ser lançado no dia 4 de março).

A nova Coleção Folha reúne 30 obras instrumentais, bailados e óperas. Cada volume custará R$ 19,90.

A primeira delas, considerada por alguns especialistas o clássico dos clássicos, é "O Lago dos Cisnes", de Piotr  Ilitch Tchaikovsky (1840-93). Foi o primeiro balé a ter sua música produzida por um compositor de sinfonias e concertos e narra as agruras de um desencontro amoroso.

A segunda é "Don Giovanni", de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-91), versão italiana do lendário conquistador espanhol libertino Don Juan repleta de assassinatos, mentiras e traições que inspirou diversos escritores e filósofos desde então. Na compra do primeiro volume da coleção, o segundo é grátis.

A seleção da Coleção Folha Concertos e Óperas para Crianças abrange mais de 300 anos de história da música clássica, do movimento barroco às inovações estéticas do século 20. As transformações do pensamento ocidental ao longo desse período permeiam as 30 obras.

Segundo Irineu Franco Perpetuo, curador da nova coleção, podemos associar, por exemplo, a eloquente retórica do período barroco à colorida evocação das estações do ano por Vivaldi, bem como à dramaticidade da ópera "Rinaldo", de Handel.

Já a arrebatada revolução individualista do romantismo, continua ele, talvez possa encontrar seu emblema na revolucionária ópera Fidélio, de Beethoven, ou na visionária A Valquíria, de Wagner.

INTERPRETAÇÕES


A coleção apresenta essas obras clássicas de forma descomplicada, sem perder de vista a profundidade delas. Cada volume traz um livro e um CD com interpretações de alguns dos principais corpos artísticos do mundo.

Esse é um jeito de familiarizar os ouvidos das crianças com o universo sonoro que domina as salas de concerto, casas de ópera e teatros de balé do mundo inteiro, com uma abordagem atraente e comunicativa, afirma o curador da coleção.

Um dos destaques é a gravação de "A Cinderela", do italiano Gioacchino Rossini (1792-1868), volume 15 da coleção, que será lançado no dia 27 de maio. Na opinião de Perpetuo, esta traz aquela que talvez seja a melhor intérprete desse papel na atualidade, a mezzo-soprano americana Joyce di Donato.

Já a interpretação de "João e Maria", do alemão Engelbert Humperdinck (1854-1921), reúne dois nomes míticos: o regente austríaco Herbert  von  Karajan (1908-89) e a cantora polonesa Elisabeth Schwarzkopf (1915-2006), no papel de Maria. O décimo volume da coleção será lançado no dia 22 de abril.

"A Sagração da Primavera" (volume 22, que sai no dia 15 de julho), do russo Igor Stravinsky (1882-1971), considerada uma das obras mais revolucionárias da história da música, apresenta um ritual pagão e se encerra com uma dança de uma jovem virgem até a sua morte.

A assimetria rítmica e a coreografia de movimentos bruscos do ucraniano Vaslav Nijinsky (1889-1950), entre outras inovações, causaram furor à época da estreia, em Paris em 1913. A récita caótica foi acompanha de risos, vaias e protestos contra uma suposta desarmonia da obra.

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