Ego Kill Talent abre shows do Foo Fighters

Além de participar de turnê dos americanos, banda toca no Lollapalooza e em festivais europeus

THALES DE MENEZES
São Paulo
A banda Ego Kill Talent - Karime Xavier/Folhapress

O ego pode matar o talento. O nome da banda brasileira de rock acelerado que está ganhando espaço na cena mundial é praticamente uma declaração de intenções. Abrir os shows da turnê do Foo Fighters no Brasil, que começa neste domingo (25) no Rio, é mais um degrau na ascensão do Ego Kill Talent.

Formado em 2014, o quinteto reúne músicos com rodagem em outras bandas, como Diesel e Reação em Cadeia. Talvez a trajetória mais conhecida seja a do baterista Jean Dolabella, que tocou por seis anos no Sepultura.

Agora é difícil classificar Dolabella como "baterista". A proposta de matar o ego para que o talento prevaleça leva o grupo a não ter integrantes dedicados a um só instrumento. Ninguém é o "dono da posição". Com exceção do vocalista Jonathan Correa, todos se revezam pelo palco.

Theo van der Loo e Niper Boaventura são guitarristas que também tocam baixo. Dolabella muda da bateria para a guitarra ou o violão com facilidade, e Raphael Miranda toca bateria e baixo.

Parece confuso? Mais ainda para quem assiste pela primeira vez a um show do Ego Kill Talent. A troca de posições pode até parecer uma brincadeira, mas, na verdade, as alterações seguem o compromisso com a entrega da melhor música possível.

"Escrevemos uma música e passamos a trabalhar nela. Aí a gente grava, cada um assumindo o instrumento que melhor se prestou para a música", diz Dolabella à Folha. "E sempre repetimos nos shows a formação que gravou", explica Niper.

O Ego Kill Talent lançou três EPs, em inglês, que foram consolidados no primeiro álbum, que leva o nome da banda, em janeiro de 2017. São essas músicas que têm alimentado as performances ao vivo.

O grupo toca nas cinco datas da turnê brasileira que reúne Foo Fighters e Queens of the Stone Age. Depois do Rio, tocam em São Paulo na terça (27) e na quarta (28), no Allianz Parque. Na sexta (2/3), o show é na Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba, fechando a turnê em Porto Alegre, no domingo (4/3), no Beira-Rio.

Em março, a banda se apresenta no Lollapalooza Chile. Depois, no dia 24, estará no Lolla Brasil. No verão europeu, marcará presença em festivais como o Download Paris e o Grospop, na Bélgica.

SEM TRUQUES

Dolabella diz que não há truque para as escalações. "Tem gente que prefere apostar que tem alguma coisa por trás do que aceitar que esse reconhecimento está vindo porque a gente está trabalhando muito. Para eles, é como se fosse algo que caiu no nosso colo."

"Para quem acha que é sorte, digo que nossa sorte foi a gente ter se encontrado", diz Theo. Para Jonathan, a experiência em outras bandas ajuda muito. "Na hora de decidir, de assinar para um show, a experiência conta. Tudo que a gente vivenciou está direcionado pra isso." Dolabella ressalta a importância de ter montado um estúdio. "A gente está vivendo para a banda."

Para eles, o perigo do ego está no nome para que se lembrem dessa advertência todos os dias. Jonathan diz que a banda é "uma casa de saúde, onde exercitamos o desprendimento". "Pois é, entrei para um rehab", brinca Niper.



Shows

Foo Fighters e Queens of the Stone Age

Variado
até R$740

As bandas americanas de rock apresentam turnê conjunta em duas datas no Allianz Parque, na terça (27) e na quarta (28). O grupo comandado por Dave Grohl apresenta seu nono álbum,

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