Após expedição em 1989 a Canudos, a fotógrafa Mônica Zarattini voltou ao sertão em 2016 para rever aqueles que ela tinha fotografado. Os registros das duas viagens deram origem ao livro Plano, Seco e Pontiagudo que será lançado nesta quarta (21).
Na primeira ida ao local, ela participou de uma expedição a Canudos, na Bahia, para uma reportagem especial em homenagem aos 80 anos da morte do repórter e escritor Euclides da Cunha.
Ali, em preto e branco, Zarattini retratou a população da época e a situação precária na qual vivia durante a rota percorrida por Euclides em 1897, que deu origem ao clássico Os Sertões.
Depois de 27 anos da visita ao sertão baiano, Zarattini decidiu retomar ao local a fim de verificar in loco o que havia mudado naquela terra.
Durante 20 dias de expedição, a fotógrafa conta que reencontrou cinco pessoas que havia retratado no passado. Após a visita, Zarattini faz um balanço e acredita que houve uma melhora na vida dos moradores.
Em uma das fotos, devido a falta de eletricidade do local, o lugar era só iluminado por um candeeiro e tive que ligar o flash total da câmera, relembra a Zarattini.
Ela acredita que, com o passar dos anos, o local que foi palco da guerra dos Canudos em 1896 tem mais estrutura e os moradores dali estão bem estruturados. A fotógrafa atribuiu as melhores condições dos moradores aos dez anos do Bolsa Família do governo Lula e do programa Luz para Todos.
Zarattini dedica o livro aos moradores de prédios ocupados em São Paulo. Para ela, há uma semelhança entre os ocupantes e os integrantes do movimento popular de fundo sócio-religioso liderado por Antônio Conselheiro que foram combatidos pelo Exército Brasileiro. Eles não pagavam impostos e usavam as terras que não eram utilizadas de maneira igualitária.
Plano, seco e pontiagudo
Lançamento 21/2 às 19h
Onde DOC Galeria, r. Aspicuelta, 145. tel. (11) 2592-7922
Quanto R$ 80 (76 págs.)
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