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'Knightfall' mostra cavaleiros templários do século 14 como Vingadores da Marvel

Série estreia na quinta (22) e tenta repetir o sucesso de 'Vikings'

THALES DE MENEZES
Cidade do México

No grande salão do hotel de luxo da capital do México, um grupo caracterizado como cavaleiros das Cruzadas explica a jornalistas detalhes das armas e armaduras que exibem. São membros de um clube medievalista local. Estão ali para um café da manhã que de mexicano só tem o cardápio.

O evento divulga para a América Latina o novo drama histórico do History, "Knightfall: A Guerra do Santo Graal", que estreia no Brasil na quinta (22), às 22h40. Tenta repetir o sucesso de "Vikings", série de aventuras do mesmo canal, já na sexta temporada.

"Knightfall" tem dez episódios recheados de cenas de combate sangrentas e espetaculares, numa esmerada reconstituição do século 14 feita em locações na Croácia e na República Tcheca.

O elenco traz rostos conhecidos de quem acompanha séries de época na TV, incluindo Tom Cullen (de "Downton Abbey"), Simon Merrells ("Spartacus"), Pádriac Delaney ("Tudors"), Ed Stoppard ("The Crown") e Jim Carter, mais um egresso de "Downton Abbey", como vários outros nomes na produção.

"O elenco já tinha chegado a um ótimo ambiente no set quando veio o fogo", conta Merrells à Folha. "Um incêndio destruiu completamente os cenários. A primeira coisa que você pensa, claro, é que todos estão bem, ninguém se machucou. Mas depois começa a pensar em como fazer tudo continuar."

Para ele, a adversidade reforçou os laços de amizade. "Quando entramos no set refeito, semanas depois, todos se sentiram na obrigação de se dedicar mais ao trabalho." Segundo o inglês de 52 anos, o entusiasmo foi tanto que é fácil notar no elenco a vontade de uma nova temporada.

Criar o enredo para um segundo ano de "Knightfall" é tarefa dura para os roteiristas, já que a primeira temporada foca o período derradeiro da atuação dos templários, ordem militar criada no século 12 para proteger peregrinos que iam a Jerusalém, reconquistada nas Cruzadas.

Essa cavalaria religiosa chegou a ser muito rica e reuniu mais de 20 mil soldados. A série transcorre em plena decadência do grupo, em 1307, quando seus integrantes locados em Paris sofrem pressão do papa, instigado a fechar a ordem pelo rei francês, que tinha grande dívida com os templários.

Nesse cenário adverso, os cavaleiros partem em busca do Santo Graal, que, entre outras crenças atribuídas a ele, poderia ser o cálice usado por Jesus Cristo na última ceia.

"Acredito que há cenários possíveis para mais temporadas", diz Merrells. "Há períodos para abrigar novas tramas, antes do fim da ordem."

Ele entende que a liberdade criativa seja necessária para criar o enredo de entretenimento —e, para atrair um público que, segundo Merrells, já consome histórias influenciadas pelos cavaleiros.

"Gosto de pensar nos templários como super-heróis, como se fossem os Vingadores da Marvel ou os jedi de 'Star Wars'", diz o ator que interpreta o homem de fé Tancrede, segundo no comando dos cavaleiros. Quem lidera os soldados é Landry, personagem intempestivo e galante de Tom Cullen.

"São evidentes as apropriações que George Lucas tomou da história dos templários", opina o historiador inglês Dan Jones, 36, medievalista de Cambridge que se tornou best-seller com obras sobre os templários e trabalha como consultor da série.

"As semelhanças entre um templário e um jedi são óbvias. Os cavaleiros medievais criaram sua ordem em cima de uma infinidade de regras, uma lista enorme de coisas proibidas, tinham de fazer voto de castidade e de pobreza. O desenvolvimento espiritual se associa às grandes habilidades de combate, por isso são apropriadas as cenas heroicas na série em que os cavaleiros parecem tão poderosos", diz Jones.


NA TV

KNIGHTFALL

Série estreia no dia 22/2

Às quintas, 22h40, no History

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