Acontece neste sábado (3) e domingo (4), no Sesc Pompeia, em São Paulo, o show Hey, Zé!, do cantor e compositor mineiro Zé Geraldo, que em 50 anos de carreira amealhou 16 álbuns.

No palco, ele canta, toca violão e gaita com um repertório de 20 músicas, como "Hey, Zé!", sua versão de "Hey Joe", de Jimi Hendrix (1942-1970). "Quem for ao show vai é tomar muito rock and roll."

Aos 73 anos, o músico deve lançar, ainda neste ano, um DVD e dois álbuns. Planeja também um livro repleto de revelações, como a de que Zé Ramalho teria gravado por oportunismo "Cidadão", conhecida nacionalmente na voz de Zé Geraldo.

"O próprio Zé Ramalho me disse isso. Foi uma imposição da gravadora, então foi oportunismo", diz o artista, cuja autobiografia deve sair após a Copa do Mundo. "Quem sabe serei um dos convidados da Flip [Festa Literária Internacional de Paraty]", diz, rindo.

Seu casamento com a música se deu no leito do hospital, quando um amigo o presenteou com um violão no período em que se recuperava de um grave acidente de carro.

A partir daí, o artista foi músico de baile, participou de vários festivais, e em 1979 foi lançado pela gravadora CBS, antes de ser "deixado de lado" por ela. "Em 1984, a gravadora divulgava vários artistas, menos eu", diz.

O ostracismo o levou à depressão, mas ganharia novo incentivo em 1985, no mesmo local ao qual retorna agora.

"Fui convidado para fazer três dias de shows no Sesc Pompeia. Chegando para passar o som, encontrei uma fila que dobrava a quadra. Perguntei para o segurança o que era aquilo, ele disse que eram os meus fãs. Bicho, entrei no camarim e chorei", lembra.

Zé Geraldo diz que o acontecimento o motivou a largar a bebida, o cigarro, a maconha e a respeitar seu público. Agora, diz tomar só uma cachacinha antes do almoço para abrir o apetite.