Thales de Menezes
São Paulo

Num festival gigantesco como o Lollapalooza Brasil, há sempre o risco de uma ou outra atração parecer deslocada, sem ter perfil ou relevância para engrossar o lineup do evento. Esta sétima edição tem pelo menos uma banda que não diz a que veio: The Neighbourhood.

O quinteto americano formado na Califórnia em 2011 é, como tantos melhores ou piores, o tipo genérico de banda índie. Faz rock de guitarra, mas nada tão pesado assim, tem uns integrantes bonitinhos e sempre encaixa no meio do som mais agitado umas baladinhas para pegar bem com o público feminino.

Traduzindo: se comer muito feijão, mas muito mesmo, algumas toneladas, um dia chegará a ser um Maroon 5. Tocou no Lolla neste domingo (25) às 16h. Deveria ser mais cedo, porque aí era a deixa perfeita para o fã interessado em pop e rock de mais qualidade aproveitar o horário para ir almoçar.

O vocalista tatuadão Jesse Rutherford tem até a pose certa, mas falta voz. Pelo menos tem atitude e não exagera na gritaria típica dos herdeiros do emocore. Poderia ensinar descontração aos colegas de banda, tímidos como se formassem um grupo de música no colégio.

O show foi um sucesso de público, pelo menos entre os fãs que estavam bem perto do palco para cantar  junto todas as músicas. Apesar de recém-lançado, o terceiro disco do grupo já está na ponta da língua desses seguidores. "The Neighbourhood", o álbum, tem canções que apareceram antes em EPs.

The Neighbourhood não é desprezível. Às vezes acerta um pouco a mão em canções como "Wiped Out!" e "Scary Love". Mas não trouxe nada de relevante ao Lolla. Deveria tocar em um festival teen, para seu público alvo.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.