Descrição de chapéu artes plásticas

Em mostra da artista Josely Carvalho, aromas aludem até à política 

'Diário de Cheiros: Teto de Vidro', apresenta duas instalações no MAC-USP 

Isabella Menon
São Paulo

A partir de uma coleção de copos quebrados por seu marido “toda vez que ia lavar louça”, a artista plástica Josely Carvalho começou a notar cheiros. Essa observação casual originou a mostra “Diário de Cheiros: Teto de Vidro”, que permanece exposta no MAC-USP até maio.


Trata-se de duas instalações com as quais Carvalho pretende resgatar um sentido que ela acredita ter sido perdido ao longo da evolução humana: o olfato. 


“De quadrúpedes para bípedes saímos de perto do chão e o nosso olfato diminuiu porque não foi exercitado como o de cachorro, que fareja o dia todo”, diz. 


A exposição apresenta na ala inicial a obra “Estilhaços”, na qual cacos de taças de vinho são aromatizados com cheiros que, para a artista, representam seis sensações: prazer, ilusão, persistência, vazio, ausência e afeição. 


O segundo espaço carrega um aspecto político. Com vidros quebrados nas manifestações de 2013, contra o aumento da tarifa de transportes públicos, Carvalho concebeu “Resiliência”.


Nessa instalação, a artista plástica elaborou esculturas de vidro com aromas que aludem aos protestos, como o de gás de pimenta e o de gás lacrimogêneo. 

Diário dos Cheiros: Teto de Vidro 
QUANDO 
até 6/5, qua. a dom. das 10h às 18h
ONDE MAC-USP, av. Pedro Álvares Cabral, 1.301, tel. 2648-0254
QUANTO grátis 
 

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