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A entrada custa de R$ 9 a R$ 30, mas não só: um pouco de insubmissão é requisito para o show em que o Garotas Suecas apresenta seu terceiro álbum, "Futuro do Pretérito", nesta sexta (9).

"Ir a um show de rock exige um posicionamento diante do mundo, de desconfiança, rebeldia, é uma atitude de inconformismo", diz o guitarrista Tomaz Paoliello.

Ele reconhece as críticas dos que acreditam que o rock parou de se reinventar, mas afirma que a banda, agora um quarteto com a saída de Guilherme Saldanha, insiste na experimentação da estética sonora.

A do novo álbum traz camadas de saxofone, corais e percussões emprestados de convidados e seu pluralismo musical se envereda pelo funk e soul dos anos 1970.

"Eu já sou desse momento em que a música de toda a história já estava acessível de maneira fácil. Toda a nossa geração, a gente incluído, usa muito um recorte e cola de estilos musicais, como o sampler do rap", diz. "Esse disco é o que a gente menos usou esse recurso."

Se as referências sonoras remetem ao passado, as letras delineiam o contemporâneo. Em "Não Tem Conversa", a tecladista Irina Bertolucci, única mulher do grupo, se direciona a um homem branco heterossexual que acredita em meritocracia e não enxerga seus privilégios.

"Se você ainda insiste no tal homem cordial/ E tem orgulho da nossa democracia racial/ Que pro preto pobre impõe, morte, prisão ou sumiço/ Ou quando dá tudo certo: o elevador de serviço/ Se ao falar de racismo você sempre tergiversa/ Não tem conversa", diz a letra.

"A gente trouxe temáticas que questionam dinâmicas do nosso mundo atualmente. Deliberadamente, a gente trouxe um viés político", afirma Paoliello.

O show desta sexta terá cenografia manufaturada por Bertolucci e presença de alguns convidados que participaram do álbum, como o percussionista Matheus Prado, o guitarrista Marcelo Vogelaar e o tecladista Andre Bruni.

 GAROTAS SUECAS
QUANDO sex. (9), às 21h
ONDE Sesc Bom Retiro, al. Nothmann, 185
QUANTO de R$ 9 a R$ 30 em sesc.org.br
CLASSIFICAÇÃO 12 anos