Descrição de chapéu Lollapalooza

Lana Del Rey seduz público com caras, bocas e sequência de hits

A cantora de 32 anos performa inocência juvenil no palco

Lana Del Rey no terceiro dia de Lollapalooza
Lana Del Rey no terceiro dia de Lollapalooza - Mariana Pekin/UOL
THALES DE MENEZES
São Paulo

Logo nas primeiras músicas do show da nova-iorquina Lana Del Rey, 32, na última noite da sétima edição do Lollapalooza Brasil, neste domingo (25), algumas dúvidas que ainda poderiam persistir a respeito dessa cantora surgida há quase uma década foram logo esclarecidas.

Sim, Lana é muito bonita, linda mesmo. Sim, ela canta bem, apesar de não ter potencial para figurar nas antologias das maiores vozes do pop. Sim, o trabalho da moça, que tem cinco álbuns, é recheado de referências de pop vintage, e o resultado é bem bacana.

Lana subiu ao palco com um visual um tanto puxado para Nancy Sinatra: botas de cano longo e um minivestido que deixava pernas e colo à mostra. Logo no começo, depois de abrir com "13 Beaches", ela cantou a balada derramada "Cherry" e seu rosto ficou imenso no telão, algo que se repetiria por boa parte do show. O público urrava gritos de "linda" e "maravilhosa".

A seguir, ela cantou a canção folclórica "Scarborough Fair", celebrizada por Simon & Garfunkel nos anos 1960 e hoje tema de novela medieval na Globo. O público aprovou. Na verdade, o público do Lollapalooza já estava na mão dela.

O show foi um desfile de hits. "Born to Die", "Blue Jeans", "Lust for Life", "Ride", "Vídeo Games", "Ultraviolence", para ninguém reclamar.

Essas músicas acabam servindo de trilha sonora para um jogo de sedução. Lana provoca o público o tempo inteiro. Sua atuação recorre muito a uma certa inocência juvenil, Lolita total. Faz caras e bocas, finge estar ofegante e arrisca umas dancinhas sensuais. Simula uma desajeitada preocupação de não mostrar demais ao se sentar numa escadinha no palco, mas só atiça mais os fãs.

Se a plateia já fica alucinada se ela se abaixa para pegar uma garrafa de água no chão, o que dizer do momento em que ela canta sentada num trapézio, de pernas cruzadas, se projetando para frente, de encontro aos fãs?

No final, Lana viu que iria estourar o tempo do show e tratou de resolver isso propondo interatividade. Pediu para o público escolher qual seria a última canção da noite, entre as duas que faltavam: "Summertime Sadness" ou "Off to the Races". Ganhou a primeira, cantada num grand finale.

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