Descrição de chapéu Lollapalooza

Royal Blood protagoniza momento mais rock and roll do primeiro dia do Lolla

Duo continua furioso e mostra que evoluiu com relação a show apresentado em 2015 no Rock in Rio 

Thales de Menezes
São Paulo

Os ingleses Mike Kerr e Ben Thatcher tiveram a missão de protagonizar o momento mais rock and roll da primeira tarde do Lollapalooza 2018. Entre o show moderninho do Oh Wonder e o hip-hop possante de Chance the Rapper nos outros palcos, o duo Royal Blood botou para quebrar no palco Onix.


Surgido nesta década, na rabeira de uma grande onda de bandas com apenas dois instrumentos pelo mundo todo, o Royal Blood faz hard rock sem concessões. Kerr cuida do vocal e dos baixos (usou cinco no show), enquanto Thatcher dedica todo seu preparo físico à bateria. E toca com muita raiva.


Para o repertório da apresentação em Interlagos, as músicas foram escolhidas com equilíbrio entre as gravadas nos dois álbuns da dupla, "Royal Blood", de 2014, e "How Did We Get So Dark?", lançado no ano passado.


Se o disco de estreia surpreendeu com muita fúria e emulação de Led Zeppelin e Black Sabbath temperada com punk rock, o segundo mostrou canções fortes mas bem mais estruturadas, soando complexas mesmo com a escassez de instrumentos dos britânicos.


E essa foi a maior surpresa para muita gente na plateia do Lolla. Claro que, com ajuda sutil de algumas coisas pré-gravadas, o Royal Blood tem uma força danada ao vivo. "Where Are You Now?", "Lights Out" e "I Only Lie When I Love You" foram ótimos exemplos de como eles conseguiram arrumar uma maneira eficiente de reproduzir no palco a violência das gravações originais.

A banda Royal Blood se apresenta no palco Onix, durante o primeiro dia do Lollapalooza 2018
A banda Royal Blood se apresenta no palco Onix, durante o primeiro dia do Lollapalooza 2018 - Bruno Santos/Folhapress

É evidente a evolução da dupla em relação ao que mostrou em 2015 no Rok in Rio. Os dois estão estão ainda furiosos, mas bem mais confiantes. E continuam sem muito ânimo de falar com a plateia. O negócio deles é tocar.


Na parte final de um show infelizmente muito curto, "Figure Out" e "Out of the Black" foram saudados como hinos roqueiros por uma plateia bem jovem, quase adolescente. Fãs que acabaram a sessão com gosto de que quero mais. Melhor sorte teve o público que viu a dupla um dia antes, no Cine Joia, num show mais extenso.

 
 
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