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Cinema

Annette Bening seduz fãs novos e antigos em 'Estrelas de Cinema Nunca Morrem'

Longa é versão romanceada da vida de Gloria Grahme (1923-1981), diva dos anos 1940 e 1950

  Annette Bening e Jamie Bell em “Estrelas de Cinema Nunca Morrem”
Annette Bening e Jamie Bell em 'Estrelas de Cinema Nunca Morrem' - Divulgação
Thales de Menezes
São Paulo

ESTRELAS DE CINEMA NUNCA MORREM (FILM STARS DON’T DIE IN LIVERPOOL)

  • Quando estreia na quinta (26)
  • Elenco Annnette Bening, Jamie Bell, Julie Walters
  • Produção Reino Unido, 2017, 12 ANOS
  • Direção Paul McGuigan

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A atriz americana Annette Bening completa 60 anos no dia 29 de maio numa fase em que experimenta uma volta às produções relevantes. Uma delas é “Estrelas de Cinema Nunca Morrem”, uma versão romanceada da vida madura de Gloria Grahme (1923-1981), diva das telas nos anos 1940 e 1950, que Benning representa com intensidade.

Na verdade, a atriz vive um retorno ao trabalho com regularidade, depois de quase duas décadas em que a vida pessoal comprometeu uma carreira com destino certo ao estrelato. Desde “Os Imorais” (1991), que deu a ela a primeira de quatro indicações ao Oscar, Bening chamou muita atenção. Até do galã/diretor/produtor Warren Beatty.

Ela atuou em “Bugsy”, divertida incursão nostálgica de Beatty ao universo gângster, e os dois se casaram. Nos anos 1990, ela continuou a brilhar, em obras memoráveis como “Marte Ataca!” (1996), de Tim Burton, e belo “Beleza Americana” (1999), de Sam Mendes, que papou cinco prêmios no Oscar. Faltou o dela.

Na virada do século, ela se contentou em cuidar da casa, dos quatro filhos e até do próprio Beatty, que ficou debilitado por uma doença que a família tratou com total privacidade e até hoje é alvo de especulação da imprensa.

Depois de um ótimo filme em 2016, “Mulheres do Século 20”, Bening encontrou um veículo certo para ganhar destaque com “Estrelas de Cinema Nunca Morrem”. Baseado em livro autobiográfico de Peter Turner, conta o romance do autor com Gloria Grahme no final dos anos 1970. Ele, um ator inglês iniciante. Ela, atriz decadente vivendo do carinho de antigos fãs.

Turney é (bem) interpretado por Jamie Bell, que era o garoto que desejava ser bailarino em “Billy Elliot” (2000). Vale dizer que a lembrança desse filme no currículo do ator deixa muito mais engraçada uma cena em que Turner dança com Gloria, logo que os dois se conhecem.

 

O enredo se passa em 1981, quando a atriz passa mal durante a temporada de uma peça na Inglaterra e Turner é chamado para vê-la. Os dois estão separados há tempos, mas a doença de Gloria obriga o ator a recebê-la na casa onde mora com os pais. E, como todo mundo na plateia quer, a paixão dos dois será revivida.

Há um monte de qualidades no longa. Antes de mais nada, a atuação de Bening, que expõe uma mulher fragilizada, amargurada, mas ainda sedutora, atraente. O tom da narrativa é de certa melancolia, e a edição funciona bem nos flashbacks que contam a história do casal. E os pais de Turner são pessoas simplesmente adoráveis, ganham o público.

O diretor escocês Paul McGuigan, da esquisita versão de Frankenstein de 2015, com Daniel Radcliffe, fez um filme enxuto, correto. Suficiente para deixar Annette Bening seduzir antigos e novos fãs.

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