Descrição de chapéu festival de cannes

Após polêmica no ano passado, Netflix fica fora do Festival de Cannes

Chefe de conteúdo, Ted Sarandos afirma que teme que os filmes sejam desrespeitados no evento

Pôster da edição de 2018 do Festival de Cannes com Jean-Paul Belmondo e Anna Karina, em cena do filme "O Demônio das Onze Horas", de Jean-Luc Godard
Pôster da edição de 2018 do Festival de Cannes com Jean-Paul Belmondo e Anna Karina, em cena do filme "O Demônio das Onze Horas", de Jean-Luc Godard - Divulgação

A Netflix  disse nesta quarta-feira que estava se retirando totalmente do Festival de Cannes, que acontece entre 8 e 19 de maio.

Ao contrário do ano passado, nenhum filme produzido pela Netflix estará na mostra competitiva, depois que a plataforma sob demanda decidiu abandonar o festival por discordar das normas de exibição na França.

Frémaux explicou que propôs a inclusão de um filme na mostra oficial e outro —uma obra inacabada de Orson Welles e finalizada pela Netflix— fora da competição. 

Mas a gigante do streaming se negou a aceitar que a estreia aconteça nos cinemas da França. 

A lei francesa determina que após a estreia nos cinemas, um filme deve aguardar quatro meses para ser lançado em DVD ou no sistema OnDemand. Depois de 10 meses pode ser exibido na TV aberta e após 36 meses em qualquer serviço de streaming. 

Desta maneira, o Netflix decidiu não participar em absoluto do Festival de Cannes.

"Queremos que nossos filmes estejam em pé de igualdade com os demais. Se existe o risco de nossos filmes e cineastas receberem um tratamento desrespeitoso no festival (...) acredito que é melhor não estarmos lá", afirmou à revista Variety Ted Sandoros, diretor de conteúdo da empresa americana, antes de pedir a "modernização de Cannes.

"É uma pena", disse Frémaux. No ano passado, a presença de dois filmes da Netflix na mostra oficial provocou a irritação dos proprietários de cinema franceses.

Pedro Almodóvar, que era presidente do júri, também criticou a postura da Netflix, que exibiu na competição do ano passado "Okja", do sul-coreano Bong Jon-hoo.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.