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O ator John Krasinski ganhou alguma fama na versão americana da série “The Office”, trabalhou em alguns filmes bons e baratos e, no mundo das celebridades, ganhou manchetes ao se casar com a bonita e boa atriz Emily Blunt. Agora, ele prova que pode ser um diretor interessante.
Seu “Um Lugar Silencioso” é um filme modesto no orçamento, mas ambicioso na proposta: situar sequências assustadoras e/ou angustiantes num ambiente sem som. No futuro imaginado no roteiro, os poucos sobreviventes numa Terra arrasada precisam ficar em completo silêncio.
O planeta foi invadido e quase todo mundo acabou devorado pelas criaturas primitivas que caíram na superfície. Os monstros são horríveis e letais, mas não têm visão nem olfato. Eles se guiam apenas pela audição. Ao escutar um mínimo ruído, partem para cima e já começam a mastigar.
Os sobreviventes aprendem e passam a evitar qualquer som. Entre eles, a família protagonista. O casal Lee e Evelyn Abbott é interpretado por Krasinski e Blunt, com um casal de filhos e outro ainda na barriga.
Eles moram numa fazenda, saqueando supermercados e lojas das cidadezinhas próximas desertas. E alguns monstrengos estão na área.
O pai faz trilhas cobertas de areia entre as casas da fazenda, para eliminar o barulho dos passos. Dentro de casa, marcas no chão indicam tábuas de assoalho que rangem e precisam ser evitadas.
Para que a comunicação entre eles possa ser entendida pela plateia, o roteiro é esperto ao inventar que a filha mais velha é surda e muda, fazendo todos conversarem por sinais, convenientemente legendados na tela.
Curiosidade: a filha Regan é interpretada pela expressiva adolescente Millicent Simmonds, que é surda desde a infância. A personagem leva uma boa parte do filme nas costas, em sua condição peculiar: não fala e assim não atrai os aliens, mas sua surdez também a deixa indefesa ao não ouvir a aproximação deles.
Este é o cenário inicial de uma série de desventuras enfrentadas pelos Abbott. Mais de uma vez, estarão com os alienígenas dentro de casa, a um passo de serem devorados.
O filme tem duas ou três sequências de tirar o fôlego. Principalmente quando a personagem de Emily Blunt fica sozinha com um monstro, um dos apuros mais bem bolados do cinema de suspense recente.
O fato de Evelyn estar grávida faz o espectador pensar o tempo todo como eles continuarão a se esconder com um recém-nascido chorão atraindo o perigo.
Pena que na meia hora final a história perca o pique. A solução final não é das melhores e deve provocar reações ruins na plateia. Mas “Um Lugar Silencioso” já vai ter cumprido sua tarefa de entreter com inteligência por quase uma hora e meia, com alguns sustos. Já está bom.
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