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Moda

Nova geração de mulheres está tomando as rédeas de suas vidas

Analista de tendências reflete sobre relação de moda e feminismo

Montagem de fotografias de sufragistas militantes no início do século 20
Montagem de fotografias de sufragistas militantes no início do século 20 - National Portrait Gallery London/Reprodução
Iza Dezon
São Paulo

Aos 12 anos, uma professora me pediu para escrever sobre o assunto do início do século 20 que mais me interessava. Escrevendo sobre a vitória das sufragistas, nos EUA e na Inglaterra, em 1920 e em 1928, me descobri feminista.

Antes de mergulharmos de cabeça neste papo, é importante esclarecer que feminismo significa “a teoria política, econômica e social da equidade dos sexos” de acordo com o dicionário Merriam Webster. 

Uma das questões complicadas hoje é que as mídias e as marcas se apropriam do feminismo de tal forma que o tema começa a soar repetitivo. 

Raramente encaram o assunto de forma analítica. Não é dada a devida profundidade e seriedade ao assunto para que possamos imaginar um futuro melhor para todos. Assim, a causa se torna banal.

Como pesquisadora de tendências, meu trabalho é estar atenta. Foi graças a isso que, em 2013, descobri a escritora Chimamanda Adichie. Foi como se um véu caísse, revelando aquilo que sempre acreditei: devemos ser feministas para criar um futuro melhor.

Adichie se refere ao que eu chamo de feminismo feminino. Logo, ele não existe em forma de um combate ou inveja do masculino, mas como seu real complemento.

A (r)evolução de identidade que vivemos promove a pluralidade e transcende códigos e normas previamente estabelecidos (ou inventados), em prol da autorrealização.

Mas ninguém mais aguenta a palavra empoderamento! Por isso, falo do pluri-empoderamento. 

Explicando brevemente: entre os maiores desafios das mulheres está a impossibilidade de se enquadrar no modelo da “supermulher” que consegue ser tudo: inteligente, bem-sucedida, independente, sexy, boa mãe, dona de casa competente, parceira companheira, amiga querida, festeira e sempre impecável. Socorro!

Graças às deusas, uma nova geração de mulheres, que não se enxerga mais como minoria vulnerável, está tomando as rédeas de sua própria vida. O verdadeiro significado de poder mora na escolha.

A pluralidade está no fato de que a mulher empoderada é aquela livre para tomar suas próprias decisões, um direito que deveria ser universal. 

A manifestação de uma feminilidade que questiona os clichês sociais vem se tornando uma nova inspiração. Rejeitando estigmas, o Feminismo 4G busca definir seu destino, reivindicar liberdade e usufruir do poder feminino. 

No encontro entre poder e pluralidade, as causas individuais tornam-se coletivas, diante das ameaças aos direitos das mulheres. É importante proteger a dignidade de cada uma, livres dos estereótipos, com uma visão panorâmica do significado de identidade.

Finalizo convidando todos a se questionarem: qual é a sua definição de empoderamento?

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