Nova Orleans, 300, celebra seu caldeirão cultural com festival de música

A 49ª edição do Jazz Fest começa nesta sexta (27) e tem quase 500 atrações

O instrumentista Trombone Shorty em apresentação na Flórida, em março - Amy Harris/Invision/AP
Carlos Calado
São Paulo

​No ano em que a cidade de Nova Orleans festeja 300 anos, o New Orleans Jazz & Heritage Festival —um dos maiores eventos musicais do mundo— não poderia ficar de fora da comemoração.

Até porque, mesmo que alguns de seus 12 palcos ao ar livre costumem exibir astros da música pop, a essência desse festival está na celebração da música afro-americana, especialmente as vertentes cultivadas em Nova Orleans.

A 49ª edição do Jazz Fest, como é conhecido pelos frequentadores locais, começa nesta sexta (27) e se estende ao próximo fim de semana, com quase 500 atrações.

O elenco destaca popstars como David Byrne, LL Cool J, Sting, Beck, Jack White, George Benson, Smokey Robinson, Common, Jack Johnson, Sheryl Crow, Rod Stewart (substituindo Aretha Franklin, impedida de viajar por ordens médicas) e as bandas Aerosmith e Cage the Elephant.

Porém quem já frequentou alguma das tardes de shows no Fair Grounds, o hipódromo local, sabe que essas serão apenas as cerejas no bolo. O que conta mesmo é o fato de todos os anos o Jazz Fest dedicar palcos exclusivos ao jazz moderno, ao blues, ao gospel, à soul music e ao R&B, ao típico jazz tradicional de Nova Orleans, à música caribenha e a gêneros musicais característicos do estado americano da Louisiana, como o zydeco e a cajun music.

É por esses palcos que circulam grandes talentos da efervescente e eclética cena musical de Nova Orleans.

É o caso dos trompetistas Terence Blanchard, Christian Scott e Nicholas Payton, os pianistas Jon Cleary e Henry Butler, os cantores John Boutté, Irma Thomas, Germaine Bazzle e Aaron Neville ou as bandas Galactic, The Soul Rebels, Big Sam's Funky Nation e Rebirth Brass Band —todos presentes nesta edição.

Para celebrar o tricentenário da cidade, o Jazz Fest reservou seu Pavilhão de Intercâmbio Cultural, espaço que vai exibir performances musicais e de dança, mostra de fotos e degustações de comidas típicas.

A ideia é que essas atividades demonstrem as influências de irlandeses, alemães, italianos, vietnamitas e hispânicos, além da contribuição dos indígenas, no original caldeirão cultural de Nova Orleans.

Essa é também a tônica de várias exposições programadas para este ano na cidade do Sul dos Estados Unidos, como a mostra "Memórias Recuperadas: Espanha, Nova Orleans e a Revolução Americana no Cabildo" (até 8/7 no Museu do Estado da Louisiana).

Ou a extensa série "Mulheres de Nova Orleans: Construtoras e Reconstrutoras", com mostras, palestras e performances em vários museus e espaços públicos, que ressaltam a importância da contribuição das mulheres na história da cidade.

Outro evento comemorativo do tricentenário é o show que o instrumentista e cantor Trombone Shorty —hoje um dos músicos de Nova Orleans mais populares na cena internacional— fará no sábado (2) à noite, no Sanger Theatre.

Shorty estará ao lado de convidados especiais como Irma Thomas, Kermit Ruffins, Jon Cleary, The Soul Rebels e Cyril Neville. Ele e sua banda Orleans Avenue também estarão entre os destaques do programa de encerramento do Jazz Fest, na tarde de 6/5.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.