O Radiohead encerrou sua participação no festival Soundhearts, na noite deste domingo (22), no Allianz Parque, com um show consistente, repleto de sucessos e faixas envolventes.
De acordo com as estimativas dos organizadores, o público foi de 30 mil pessoas. Elas cantavam todas as músicas, mas respeitosamente, sem interferir no resultado do som. Thom Yorke dançou o tempo todo com seu jeito esquisito e já famoso, envolvido pelas próprias canções.
O quinteto inglês encerra, assim, sua segunda passagem pelo Brasil (a primeira e única havia sido em 2009), dois dias após se apresentar no Rio, onde fizeram um show visualmente elegante e sofisticado para cerca de 10 mil pessoas.
Como no Rio, o repertório privilegiou os discos “A Moon Shaped Pool”, mais recente álbum de estúdio do grupo, que motiva a turnê, “OK Computer” e “In Rainbows”.
Se na capital carioca a banda agraciou os fãs com uma performance acústica e inesperada de “True Love Waits”, em São Paulo entregou “Fake Plastic Trees”, uma das prediletas dos fãs.
Como esperado, o grupo abriu as atividades com a lenta “Daydreaming”, marcada pelo piano e tocada sem os arranjos de cordas que a completam na versão gravada. Seguiram com a rápida “Ful Stop” e com “15 Step”, que levantou a plateia.
Em “Pyramid Song”, Thom Yorke foi ao piano enquanto Jonny Greenwood tocava a guitarra com um arco. A dupla forma os dois pilares da banda, um cantor instintivo e um músico mais cerebral. No palco, contudo, o grupo é um sexteto, com uma percussão adicional.
Ao todo, foram 26 faixas de diferentes momentos da carreira do Radiohead, mostrando que a banda navega bem de baladas lentas a batidões eletrônicos.
A banda voltaria para dois bis, o primeiro com seis faixas, entre elas “There There” e “Lotus Flower”, que ganhou um novo arranjo ao vivo. A banda mostrou o domínio sobre a própria obra, sabendo as margens que tem para inovar no palco.
Mais cedo, Greenwood havia se apresentado com a Junun, banda de música indiana da qual faz parte —o guitarrista ficou ao fundo, dando espaço aos colegas de palco.
Após a Junun, foi a vez do produtor americano Flying Lotus. O set começou morno, mas animou o público com batidas de samba e um pout-pourri de faixas de Kendrick Lamar, além do tema da série “Twin Peaks”.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.