Roda de samba do Império Serrano emociona em velório de Dona Ivone Lara 

Sambista foi enterrada na terça (17), no cemitério de Inhaúma, na zona norte do Rio

Luiza Franco
Rio de Janeiro

O velório da sambista Dona Ivone Lara, que morreu na madrugada desta terça-feira (17), aos 96 anos, teve samba e cerveja.

O corpo foi sendo velado na tarde de terça, na quadra do Império Serrano, escola do coração de Dona Ivone, em Madureira, na zona norte do Rio. 

Integrantes da escola fizeram uma roda de samba ao lado do caixão. Em coro, a quadra cantou sucessos da compositora, como "Sonho Meu" ("Sonho meu, sonho meu / Vai buscar quem mora longe, sonho meu"), "Acreditar" ("Acreditar, eu não / Recomeçar, jamais / A vida foi em frente / você simplesmente não viu que ficou / Pra trás") e "Alguém Me Avisou" ("Alguém me avisou pra pisar nesse chão devagarinho").

A quadra estava cheia de populares desde o início da tarde.

A cantora Alcione foi prestar homenagem. "Vim agradecer a Dona Ivone por ter existido", disse ela. 

Alcione comentou também o pioneirismo de Dona Ivone como mulher compositora: "Ela já nasceu empoderada".

O ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (DEM), que é grande apreciador de samba, também esteve no velório.

"Estou aqui como amigo e admirador. Eu às vezes ia na casa dela cantar um pouco. É uma pessoa que sempre foi uma ídola [sic] minha", disse o ex-prefeito. 

Sobre o caixão foram estendidas bandeiras do Império Serrano e do clube de futebol América, pelo qual Dona Ivone torcia. 

O clima de celebração de sua vida e suas canções continuou no enterro, quando parentes e amigos cantaram em coro seus sucessos.

"Minha família sempre foi assim, animada", disse André Lara, neto de Dona Ivone. 

A sambista foi enterrada numa gaveta na parede no cemitério de Inhaúma, na zona norte do Rio. André disse que ela deixa cerca de 40 composições inéditas, algumas delas, parcerias com ele próprio.

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