Descrição de chapéu Artes Cênicas

Trupe itinerante que se une a artistas locais leva espetáculo a Guarulhos

Teatro a Bordo anuncia apresentações em comunidades pelas estradas

Foto mostra o caminhão vermelho e amarelo do projeto itinerante Teatro a Bordo; da boleia, sai um ator com ares de palhaço e, ao lado, fazendo gesto como se gritasse chamando alguém, uma atriz, também com roupas de aspecto circense
Apresentação do projeto Teatro a Bordo 2018, em Cubatão - Rodrigo Montaldi/Divulgação
Kelly Mantovani
São Paulo

“Olha só pessoal! Tem promoção amanhã. Quanto mais pessoas pessoas você levar, mais de graça fica.” É assim que a gestora cultural Talita Berthi, 35, e a trupe do “Teatro a Bordo” anuncia apresentações em comunidades pelas estradas. 

Durante o dia, famílias podem levar crianças para oficinas de bonecos com materiais recicláveis, com direito a cortejos e danças folclóricas. 

À noite, o espetáculo “De Sol a Sol” , inspirado na Commedia Dell’ Art (gênero de comédia italiana circense do século 15), começa com histórias contadas pela população, que vão de mitos a peças folclóricas. 

O elenco mostra de forma lúdica experiências que teve em suas andanças, com a presença de artistas locais. 

Além das histórias, acontecem situações inusitadas, como o do garoto que se enrolou no meio da lona para ir embora com os atores. 

O projeto, que surgiu como um trabalho de conclusão de curso em agosto de 2007, buscava soluções de políticas públicas para a Baixada Santista.

A ideia era fazer de um contêiner um palco-teatro que fosse itinerante. E deu certo. Desde junho de 2008, o “Caixola” percorreu cerca de 200 cidades ao redor do país. 

O projeto cresceu e recebeu verba do Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet, do governo paulista e de empresas privadas como a Usiminas e o Instituto CCR. 

Prioriza-se as cidades mais distantes e as que não contam com centros culturais. 

“A gente se recicla enquanto artista, pois conhecemos lugares diferentes. O teatro de rua é mais vivo ainda. Temos as praças, o tempo, os cachorros, os bêbados”, diz, aos risos, o ator e produtor Douglas Zanovelli, 28.

E foi a partir de imprevistos como temporais e quedas de energia que, em 2015, o grupo investiu em sustentabilidade, com um teto solar. O projeto então foi batizado como Teatro Móvel Solar.

O elenco possui 15 membros, sendo 12 viajantes e três fixos em Santos, além dos itinerantes —mais de 30 artistas locais parceiros. Nos quase dez anos, foram mais de 400 mil espectadores.

O grupo estará neste sábado (21) na pça. Nossa Aparecida, s/n, no Jardim Vila Galvão, em Guarulhos.

“E nesse imenso estradão, muitas histórias virão”, conclui o ator e diretor Edivaldo Costa. É o que o público espera.

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