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A legalização da maconha para uso medicinal em estados americanos deu origem a um mercado com crescimento vertiginoso e também a um tema cinematográfico, explorado nesta comédia delirante do australiano Nash Edgerton.
O imigrante nigeriano Harold (David Oyelowo) é o boa-praça por definição: honesto, esforçado, gentil. Mas terrivelmente ingênuo, pois acredita que todos que o rodeiam possuem as mesmas virtudes.
Ele tem um bom cargo na Cannabax Technologies, empresa que desenvolveu uma maconha medicinal em forma de comprimido. A empresa pertence ao amigo Richard (Joel Edgerton) e a Elaine (Charlize Theron) —uma dupla que esbanja ambição, cinismo e vulgaridade.
Mas de uma hora para outra a vida do pacato Harold vira de ponta-cabeça: descobre que está endividado, que é manipulado pelos patrões e, pior do que tudo, a empresa está para se vendida e ele vai para o olho da rua.
Harold viaja para o México com a missão de entregar a fórmula à fábrica e lá se mete numa série de enrascadas com o parceiro comercial da empresa, ou seja, um cartel de narcotraficantes, além de mercenários e da polícia.
A comédia procura emular o universo tresloucado de Quentin Tarantino e de certos filmes dos irmãos Coen, mas o resultado não convence.
"Gringo: Vivo ou Morto" cai na redundância sob o fascínio do excesso —de crueldade, reviravoltas, sarcasmo, absurdos, velhíssimos clichês sobre o México e mexicanos e personagens que formam uma autêntica galeria de idiotas.
Essa desmedida é meramente pirotécnica, nada tem de transgressiva. À medida que o filme avança tudo vai perdendo a graça e a profusão de extravagâncias se revela perfeitamente compatível com uma moral das mais tradicionais.
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