Descrição de chapéu música show

Fundador do Ira! revê em shows pontos importantes da carreira

Apresentações de Edgard Scandurra relembram parcerias e influências antigas

Carlos Bozzo Junior
São Paulo

O guitarrista, baterista, compositor, arranjador e produtor Edgard José Scandurra Pereira, 56, fundador do grupo Ira!, ocupa o teatro Centro da Terra, em São Paulo, todas as segundas deste mês, com a série de shows Operário do Rock, na qual destaca pontos importantes de sua sólida carreira. 

Em entrevista à Folha, ele conta como o projeto se desdobra em quatro sessões.

A série de apresentações tem início nesta segunda-feira (7). No show, Scandurra mostra o repertório de seu primeiro disco, “Amigos Invisíveis” (1989), gravado inteiramente pelo próprio músico. 

Para a ocasião, o guitarrista conta com a participação de Taciana Barros, no teclado e no violão; seu filho Daniel Scandurra, no baixo elétrico; Rodrigo Saldanha, na bateria; e Fábio Golfetti, na guitarra.

Guitarrista, baterista, compositor, arranjador e produtor Edgard José Scandurra Pereira - Bruno Poletti/Folhapress

Em 14/5, as atrações serão os grupos As Mercenárias, no qual Scandurra assume a bateria, e Smack, em que empunha a guitarra. A primeira banda tem Sandra Coutinho, no baixo; Silvia Tape, na guitarra; e Mari (Marianne Crestani), na guitarra. 

No Smack, estão Sandra Coutinho, no baixo; Silvia Tape, na segunda guitarra, e Picchu Ferraz, na bateria. 
“Será quase como um tributo ao nosso querido Pamps [morto em 2015, Sergio Pamplona, o Pamps foi guitarrista do Smack, um dos mais importantes grupos do rock paulistano dos anos 1980], porque ele era a essência da banda”, diz o músico.

Com As Mercenárias, Scandurra faz “Polícia”, música com bateria criada pelo artista. “Quando entrei nas Mercenárias, elas não tinham baterista”, ele conta. “Estava meio que namorandinho com a Sandra [Coutinho] e fui a um ensaio”, prossegue. 

“Era a Rosália [vocal], a Sandra [baixo] e a Ana [Machado, guitarra]. Era um puta som do além, fiquei pirado e comecei a batucar numa lista telefônica e em uma escada espiral de metal, que servia de prato. Em um belo dia, arrumei uma bateria emprestada e virei o baterista da banda.”

No dia 21/5, acontece o que Scandurra chama de “lembrança afetiva”, para realizar um som com violão e voz, além da participação de Johnny Boy, no piano acústico, e de Silvia Tape, na guitarra. 

“Fiz isso há anos, mas só com repertório de músicas minhas. Agora vou fazer, além de músicas minhas lado B, outras que me influenciaram, como ‘Break’, do Aphrodite’s Child [banda grega de rock progressivo formada em 1968 pelo vocalista Demis Roussos, o multi-instrumentalista Vangelis Papathanassiou e o baterista Loukas Sideras].”

No último show da série, em 28/5, será a vez do grupo Benzina, com Scandurra, na guitarra e voz; Sandra Coutinho, baixo e voz; e Michelle Abu, bateria, percussão e voz. No show, do qual também participam Daniel e Joaquim, filhos de Scandurra, músicas como “Eu Estava Lá”. 

“Nela, falo da época que servi no Exército, meus primeiros contatos com o underground. É música eletrônica, mas ao mesmo tempo muito orgânica, porque é um pouco minimalista, mas com espaço para o baixo e para a guitarra.”

Scandurra, o Operário do Rock
Teatro Centro da Terra, r. Piracuama, 19, Perdizes, São Paulo, tel. (11) 3675-1595. Seg., às 20h (dia 7, “Amigos Invisíveis”; dia 14, As Mercenárias e Smack; dia 21, Voz, Violão e Guitarra; e dia 28, Benzina). Ingressos: R$ 50

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