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Cinema crítica de filmes

Inofensivo, infantil 'Abelhinha Maya' é incapaz de surpreender

Animação fica no diminutivo: engraçadinha, simplesinha e destinada às criancinhas

A abelhinha Maya
Cena de 'A abelhinha Maya - O Filme' - Divulgação
Marina Galeano
São Paulo

Abelhinha Maya – O Filme (Maya the Bee – The Honey Games)

  • Quando Estreia na quinta (17)
  • Classificação Livre
  • Produção Alemanha, 2018
  • Direção Noel Cleary, Sergio Delfino

O mel já escorre do título e antecipa que a animação foi feita sob encomenda para um público bem infantil. Carregada no doce, “A Abelhinha Maya – O Filme” chega aos cinemas sem fazer mal a ninguém, mas também, incapaz de surpreender. 

 

A escolha dos diretores Noel Cleary e Sergio Delfino não poderia ser mais clara: sobrevoar a zona de conforto e levar à tela uma história bonitinha e pouco elaborada, desenhada com cores claras e quentes e traços caprichados. 

Criada pelas mãos do alemão Waldemar Bonsels, em 1912, Maya migrou das páginas dos livros infantojuvenis para a TV em 1975 e virou série animada em 2012. Dois anos depois, ela estrelou um primeiro –e inexpressivo– longa-metragem, que introduzia aos espectadores o universo da personagem e de seus amigos. 

Agora, a turma, devidamente apresentada, parte numa aventura repleta de ação, desafios, descobertas e, claro, de mensagens bem-intencionadas sobre amizade, superação, honestidade, trabalho em equipe...

Abelhuda é a palavra que melhor define nossa heroína. Curiosa, enxerida e um tanto esperta, Maya se mete em encrenca quando resolve tirar satisfações com a imperatriz avarenta de Buzztropolis, responsável por confiscar todo o mel estocado em Poppy Meadow.

Seguida pelo fiel conselheiro Willy, a abelhinha voa rumo à cidade grande e fica cara a cara com a megera. Porém, para recuperar o alimento produzido por sua colmeia, a jovem operária precisará vencer os Jogos do Mel –uma espécie de Olimpíada dos insetos, com ares de “Universidade Monstros” (2013).

Tal como o pequeno Mike Wazowski, Maya se torna capitã de uma equipe formada por tipos esquisitos e inseguros, os azarões do torneio. Aos trancos e barrancos, eles escapam da eliminação precoce, desbancam os favoritos e avançam à final.

Essa não é a única inspiração soprada dos filmes da Disney-Pixar. Dolores, uma aranha vegetariana deprimida tem as cores e os trejeitos da Tristeza, de “Divertida Mente” (2015); as cigarras de Poppy Meadow lembram muito as criaturas de “Vida de Inseto” (1998).

As semelhanças, no entanto, param por aí. Ao contrário das produções da Disney, “A Abelhinha Maya” traz personagens rasos, uma narrativa agarrada à mesmice, além do desfecho óbvio e gasto, que pode ser desenrolado desde os primeiros zumbidos, sem qualquer sobressalto.

Em outras palavras, uma animação que se conforma em ser só diminutivo: engraçadinha, simplesinha, sobre uma abelha espertinha e destinada às criancinhas.

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