Descrição de chapéu artes plásticas

Em Nova York, leilão do século começa com vendas de R$ 2,3 bi

Vários artistas, como Claude Monet, com tela arrematada a R$ 302 mi, bateram seus recordes

Leilão da tela 'Ninfeias em Flor', de Claude Monet, na Christie's - Julie Jacobson/Associated Press
Silas Martí
Nova York

Foram sete recordes, entre eles para nomes históricos incontornáveis, como Monet e Matisse. A chamada venda do século, como apelidaram o leilão da coleção montada por David e Peggy Rockefeller, começou esfuziante, superando todas as expectativas dos próximos dias em sua primeira noite a encarar o martelo num salão da Christie’s, em Nova York.

Mesmo com todos os olhos  e expectativas voltados para um Picasso da fase rosa que causou burburinho desde que surgiu no mercado, a disputa mais intensa da noite foi pelas “Ninfeias em Flor”, de Monet. 

Foram os mais longos 14 minutos da história, em que a tela que mostra o lago do jardim do impressionista no fim de uma tarde saltou de US$ 38 milhões —algo como R$ 135 milhões— para US$ 84,7 milhões, cerca de R$ 302 milhões, batendo o recorde do artista de dois anos atrás de US$ 81,4 milhões —R$ 290 milhões.

Monet, aliás, foi um dos artistas mais cobiçados ali. Na mesma venda, outras telas dele faturaram mais US$ 63,6 milhões, ou R$ 227 milhões.

Uma tela de Matisse bateu outro recorde na venda da coleção de um dos clãs mais célebres de Nova York. 

Arrematada por US$ 80,75 milhões, ou R$ 288 milhões, “Odalisca Deitada com Magnólias” desbancou o maior valor já pago por uma tela desse artista pós-impressionista francês —US$ 41 milhões.

Picasso era a estrela da noite. Mas sua garotinha de expressão feroz, como lembrava Peggy Rockefeller, um cesto de flores vermelhas nas mãos, não seduziu tanto assim os compradores —após dois minutos de disputa a obra foi vendida ali por US$ 115 milhões, ou R$ 411 milhões.

É uma bela soma, o segundo maior valor mais alto já pago por uma tela do espanhol e a mais alta por uma obra da fase rosa. Mas ficou longe do recorde de US$ 179,4 milhões batido por um quadro do cubista há três anos. 

Em todo caso, esse já é o melhor ano para peças de Picasso na história —a soma de suas telas vendidas supera US$ 300 milhões, quase R$ 1 bilhão.

Encerrado o pregão, o leiloeiro Jussi Pylkkanen disse que “estamos ficando blasés com telas vendendo toda hora por mais de US$ 100 milhões”.

No total, sete dos 44 lotes vendidos na primeira das três noites do leilão dos Rockefeller foram arrematados por mais de US$ 30 milhões, entre eles os demais recordes do dia.

Além de Monet e Matisse, os franceses Delacroix, Corot,  Armand Seguin, Vuillard, Odilon Redon e o italiano Giorgio Morandi atingiram os preços mais altos na história.

Os lotes que enfrentaram o martelo em Manhattan integram um acervo avaliado em US$ 1 bilhão, ou R$ 3,57 bilhões. Só na primeira noite, foram vendidos por US$ 646 milhões, ou R$ 2,3 bilhões, superando os US$ 484 milhões que a coleção do estilista Yves Saint Laurent faturou há quase uma década, numa das maiores vendas dessa natureza em toda a história da arte.

 
 


 

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