Ozzy Osbourne faz turnê derradeira pela 2ª vez

'Tenho que diminuir o ritmo', diz o cantor, que fica na estrada até 2020 e vem ao Brasil para 4 shows

São Paulo

​Aos 69 anos, sóbrio e sob os efeitos de meio século de carreira, Ozzy Osbourne percorre o mundo pela última vez em turnê. Neste domingo (13), o homem que moldou o heavy metal como a voz do Black Sabbath faz em São Paulo o primeiro de quatro shows solo da derradeira No More Tours 2 no Brasil.

O nome remete a uma turnê feita há 26 anos, No More Tours Tour (sem mais turnês), lançada após o cantor receber um diagnóstico errado de esclerose múltipla e decidir largar a estrada, em 1992. Retornaria com Retirement Sucks Tour (aposentadoria é um saco) três anos depois.

"Não estou me aposentando, só não vou mais cair na estrada por longos períodos em turnês", afirma agora o cantor britânico em entrevista à Folha. "Nunca estou em casa, estou sempre trabalhando, tenho netos que quero ver, tenho uma família, eu tenho que diminuir o ritmo."

Ao longo de décadas sob holofotes, Ozzy já incorporou de príncipe das trevas devorador de cabeças de morcegos a pai de família disfuncional com o reality show "Os Osbournes" (exibido no Brasil pela MTV e relembrado desde março em um podcast), mas afirma não se envolver com o que pensam dele. "A indústria da música é cheia de conspirações."

É de uma versão mais careta que ele se aproxima agora. "Quero apenas relaxar mais, sabe?", diz ele, que encontrou na pintura um escape à sobriedade de mais de cinco anos, disfarçada pela dicção arrastada e oscilante. "Fiquei bêbado por anos a fio, agora estou sóbrio todos os dias. Não gosto mais dessas coisas."

Quando está no palco, entretanto, personifica o terror e se transforma no Madman (louco), como também é conhecido. Suas apresentações são ambientadas com recursos audiovisuais e o trecho-hit de "Carmina Burana" na abertura.

Se levarmos em conta shows anteriores, o repertório atual deve privilegiar seu primeiro álbum solo, "Blizzard of Ozz" (1980), além de "No More Tears" (1991) e sucessos do Black Sabbath, como "War Pigs" e "Paranoid". No palco, Ozzy é acompanhado do guitarrista Zakk Wylde, do baixista Blasko, do baterista Tommy Clufetos e do tecladista Adam Wakeman.

Com o lançamento de Sem Mais Turnês 2 —que deve se encerrar em 2020—, os fãs parecem não estar convencidos de que será mesmo o fim. Até a conclusão desta edição, havia ingressos para os shows nas quatro cidades.

No Rio, a apresentação foi realocada, prática cada vez mais frequente na cidade. O show, que aconteceria na praça da Apoteose, com capacidade para cerca de 30 mil pessoas, migrou para a Jeunesse Arena, para até 18 mil pessoas.

Desde que foi anunciada, a turnê figurou em promoções de diversos formatos: compre um e leve dois, 60% de desconto e brinde por assinatura de revista. Os ingressos foram parar até em sites de compras coletivas.

Se uma nova turnê global está fora de seus planos, Ozzy não descarta um novo álbum e diz que está construindo um estúdio em sua casa para essa finalidade. "Vou pensar no assunto quando ele ficar pronto."

Shows

Ozzy Osbourne

Rock
até R$680

Meio século após iniciar a carreira com a banda britânica de heavy metal Black Sabbath, o cantor faz show no domingo (13), no Allianz Parque, que integra a sua última turnê mundial. No repertório, que não foi divulgado, devem aparecer sucessos da carreira, como


Possível setlist

‘Bark at the Moon’
‘Mr. Crowley’
‘I Don’t Know’
‘Fairies Wear Boots’
‘Suicide Solution’
‘No More Tears’
‘Road to Nowhere’
‘War Pigs’
‘Miracle Man’/ ‘Crazy Babies’ / ‘Desire’ / ‘Perry Mason’
‘I Don’t Want to Change the World’
‘Shot in the Dark’
‘Crazy Train’

Bis
‘Mama, I’m Coming Home’
‘Paranoid’

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