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Além de reduzir pena, clube de leitura motiva detentos, afirma pesquisa

Estudo da Companhia das Letras avaliou impacto da literatura entre presos em São Paulo

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Mariana Vick
São Paulo

Foi depois de ler "A Vida Invisível de Eurídice Gusmão", romance de Martha Batalha sobre as angústias de duas irmãs na década de 1940, que um homem de 42 anos preso em São Paulo decidiu reatar a relação com a filha.

O livro chegou a ele por meio do Programa Clubes de Leitura e Remição de Pena, projeto da Funap (Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel) com a Companhia das Letras cujos resultados foram divulgados nesta terça (26) em pesquisa com 177 detentos de 11 prisões paulistas.

O programa, que recruta membros de bom comportamento, vincula a leitura à redução da pena. Cada volume lido pode equivaler a quatro dias a menos na prisão. Em um ano, os participantes dos clubes leem, discutem e escrevem resenhas de 12 livros. 

Os resumos devem ser aprovados por pareceristas para, então, serem levados a juízes --que podem ou não aprovar a redução da sentença, conforme recomendação de 2013 do Conselho Nacional de Justiça.

A pesquisa mostra que, entre membros dos clubes, entre 2016 e 2017, 56% ganharam repertório, 68% conheceram novas formas de ver o mundo e 45% sentiram mais motivação para traçar planos depois do contato com a literatura.

Para Vanessa Ferrari, coordenadora do projeto, os clubes não só contribuem para a ressocialização dos presos, mas são uma resposta efetiva para o problema da formação do leitor, generalizado no país. "Se dá certo nas prisões, pode funcionar em todo lugar", afirma.

Fachada da Penitenciária de Serra Azul
Penitenciária de Serra Azul, que integra o programa de clubes de leitura da Funap com a Companhia das Letras - Edson Silva/Folhapress

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