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'Alex Strangelove' naturaliza descoberta sexual

Ambiente escolar aberto e inclusivo é cenário para espécie de 'Me Chame pelo Seu Nome' colegial

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São Paulo

Alex Strangelove

  • Onde Netflix
  • Classificação 16 anos
  • Elenco Daniel Doheny, Madeline Weinstein, Antonio Marziale
  • Produção EUA, 2018
  • Direção Craig Johnson

Algumas décadas atrás, os filmes de adolescentes se concentravam em personagens esquisitões que tinham pouca ou nenhuma chance com a garota mais bonita da escola, aquela por quem eles quase sempre se apaixonavam. Pense em "American Pie" ou "Superbad", por exemplo.

E tinha a linhagem toda especial do autor e diretor John Hughes, que produzia personagens mais espertos em situações menos corriqueiras que a do garoto que quer perder a virgindade, com filmes como "Curtindo a Vida Adoidado" (1986) ou "Ela Vai Ter um Bebê" (1988).

Uma coisa, no entanto, todos tinham em comum: os personagens eram quase todos heterossexuais.

Os adolescentes gays foram descobertos por Hollywood recentemente, como mostram "Me Chame Pelo Seu Nome", de Luca Guada- gnino, indicado ao Oscar neste ano, e o mais mainstream "Com Amor, Simon".

Agora é a vez de a Netflix entrar nesse filão, com o doce "Alex Strangelove", disponível no serviço de streaming desde o último dia 8.

O filme se passa nos dias de hoje, em uma pequena cidade nos arredores de Nova York. A escola é onde a maior parte das tramas acontece.

Ali, como parece ser a norma hoje, a sexualidade de cada pessoa passa tranquilamente pelos termos gay, bi, trans, poli. Menos para o protagonista dessa história, para quem a descoberta de sua orientação sexual não segue as regras casuais de todos ao seu redor.

O nome dele é Alex Truelove (sobrenome que significa "amor verdadeiro"), e ele é um garoto adorável, bom aluno, bom filho, bom amigo.

O que ele mais quer é manter as notas boas o suficiente para entrar na Universidade Columbia, em Nova York.

Enquanto essa hora não chega, se diverte com seus amigos, esses, sim, esquisitões, e apresenta um programa no YouTube em que relaciona os tipos de alunos e alunas de sua escola com animais da natureza —ele mesmo se autoproclama um pinguim, que se junta com uma fêmea por toda a vida.

Então Alex conhece Claire Johnson, uma menina igualmente adorável que também é obcecada por animais e suas características.

Ela logo vira coapresentadora do programa da internet e melhor amiga de Alex. Daí, vira sua namorada, e os dois parecem o casal perfeito, com apenas um senão: eles não transam.

Quando Claire fala sobre isso na frente dos amigos de Alex, ele resolve que é hora de marcar o dia, e agenda para a semana seguinte, num hotel.

No meio do caminho, encontra Elliott, um garoto um pouco mais velho e abertamente gay que foi posto para fora de casa pelo pai quando saiu do armário.

Os dois começam uma amizade, vão a shows em Nova York, andam pela cidade à noite. Tudo com o conhecimento de Claire; não tem nada secreto acontecendo entre eles. Mas ambos estão curiosos em relação ao outro.

"Alex Strangelove" é basicamente um filme que se passa no período da vida em que acontecem as descobertas mais reveladoras.

Não tem nada demais, mas tem seu charme e é um bom retrato da vida dos adolescentes nesse exato momento.

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