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Coleção Folha traz 'Bartleby, O Escrevente' em edição bilíngue

Obra do americano Herman Melville chega às bancas neste domingo (10)

Cristiane Martins
São Paulo

A Wall Street do século 19 é o principal cenário do 10º volume da Coleção Folha Inglês com Clássicos da Literatura, que chega às bancas neste domingo (10/6).

"Bartleby, o Escrevente", do escritor americano Herman Melville (1819-91), fala a princípio da postura de negação. E se um funcionário respondesse ''preferiria não fazê-lo'' a diversos pedidos de seu chefe?

Escritor americano Herman Melville, em retrato de 1860, de autoria desconhecida
O escritor americano Herman Melville (1819-1891) - Divulgação

A resistência a imposições, comumente considerada absurda pelos que a ouvem, é um dos maiores temas da edição.

O volume traz o conto em versão bilíngue, com textos lado a lado em cada idioma, uma facilidade para o estudante de inglês. E dá acesso a uma plataforma digital, com versões em PDF e em áudio.

A obra foi publicada em revista em 1853 e pertence ao livro "Contos da Varanda", de 1856. Com quase uma dezena de traduções no Brasil, o conto foi bem recebido pela crítica e pelo público.

O leitor acostumado com os cenários naturais de Melville nos aclamados "Moby Dick", de 1851, e "Billy Budd", publicado postumamente em 1924, pode estranhar o pano de fundo do conto: ruas, escritórios e paredes por todos os lados.

Mas há proximidades entre seus personagens em questões e reflexões existenciais.

Vazio e solidão, a oposição entre passividade e atitude, excentricidade e ocupação surgem neste volume.

O enredo narra a história de um advogado que tem três funcionários, sendo dois copistas e um garoto de 12 anos de idade que fornece bolos de gengibre e maçã aos colegas.

Com uma alta na demanda, o advogado decide contratar outro copista —Bartleby. Este inicialmente mostra-se aos olhos do patrão um empregado sério, silencioso, o primeiro a chegar e o último a sair; muito diferente do entorno.

Após alguns dias, o advogado ouve, em resposta a um pedido, um indiferente e tranquilo "preferiria não fazê-lo". O patrão mal sabe como reagir.

Bartleby passa então a rejeitar as solicitações de seu chefe e inclusive deixa de fazer seu próprio trabalho.

O protagonista negava sempre de forma suave, sem nenhuma fúria ou ressentimento, pois não era por teimosia ou insolência —o que intrigava o advogado e seus colegas. Mas sua conduta inesperada e incomum revelará uma conclusão comovente.

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