Descrição de chapéu Moda

Chanel mostra esperteza ao abrir faturamento pela primeira vez

Marca fundada por Coco Chanel teve vendas de R$ 40 bi em 2017

Pedro Diniz
São Paulo

Um dos assuntos mais comentados dos bastidores da moda é o anúncio inesperado da Chanel de que faturou quase R$ 40 bilhões em 2017. Seria mais um número polpudo do mercado de moda não fosse o fato de que a controladora, a família Wertheimer, nunca revelou cifras da marca fundada por Coco Chanel (1883-1971), em 1910.

Os motivos não foram expostos, porém, aventa-se a marcação de território diante da concorrência e a tentativa de acabar com os rumores sobre uma suposta defasagem no faturamento após a ascensão do grupo Kering, dono de Gucci e Balenciaga.

Nos corredores dos desfiles internacionais pairava a dúvida sobre se a grife realmente era tudo isso. Principalmente porque sempre manteve o estilo mulher-cool-de-tailleur desde a contratação de Karl Lagerfeld, em 1983, enquanto as outras mudavam ao sabor das tendências da estação.

O timing foi esperto. No dia 21 de junho, quando o comunicado saiu, sua maior concorrente, a Louis Vuitton, do grupo LVMH, desfilou a primeira coleção masculina da gestão de Virgil Abloh, designer de moda "streetwear" que é adorado pelos jovens e promessa para sacudir o mercado.

Entre setembro e outubro, na semana de Paris, um dos estilistas mais rentáveis da atualidade e criador do look skinny, Hedi Slimane (ex-Dior e ex-Saint Laurent), estreará na marca Céline, da LVMH. Deverá peitar o reinado da dupla Pavlovsky-Lagerfeld, presidente e estilista da Chanel.

O último fator, esse inevitável, é o tempo. Aos 84, Lagerfeld vem preparando o terreno para uma despedida na grife, que, sem ele, pode perder a liderança centenária. PD

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.