Descrição de chapéu Flip

Grupo que toca instrumentos de sucata se apresenta neste sábado na Casa Folha

Embatucadores, como são conhecidos, surgiram em escola estadual de São Paulo há 15 anos

Grupo 'Embatucadores', que toca instrumentos feitos de sucata, em apresentação em Nova Olinda, em 2017
'Embatucadores' em apresentação em Nova Olinda, em 2017 - Divulgação
Paraty

O grupo Embatucadores, que toca instrumentos feitos de garrafas, pedaços de cano, latas e outros tipos de materiais que iriam para o lixo, se apresenta nesta sábado (28), às 16h30, na Casa Folha, na Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), antes do debate que reunirá o escritor Tiago Ferro e a monja Coen.

Eles começam a tocar fora, para as pessoas na fila, e depois entram na casa. Já fizeram algumas apresentações em Paraty —o que inclui unidades do Sesc e uma na rodoviária da cidade.

O conjunto é formado por alunos da escola estadual Flamínio Fávero e foi criado em 2003 pelo professor voluntário de artes Rafael Rip —ele recebe turmas de 20 a 30 alunos para um ano de educação musical. Mas alguns continuam depois que o período acaba.

A banda de alunos com quem Rip se apresenta em Paraty é formado por cinco integrantes, que começaram a estudar música aos 11 anos de idade e estão juntos há oito anos.

Além de se apresentar com os instrumentos, eles também fazem percussão corporal.

“Dentro do grupo, a gente fortalece a questão do trabalho em equipe. Vamos passando as responsabilidades de criação para eles”, diz Rip. “O ponto fundamental é construir cada apresentação a partir de ideias não só minhas, mas também deles.”

A ideia dos instrumentos de sucata surgiu da necessidade: Rip tinha que dar aulas de música, mas a escola estadual não tinha instrumentos nem dinheiro para comprá-los. Hoje eles contam com uma sala de ensaios no local.

“Esses cinco [que estão em Paraty] também atuam como multiplicadores do que aprendem”, diz o professor.

Quinze anos depois da criação dos Embatucadores, a quantidade de instrumentos cresceu tanto que é preciso viajar com uma van separada só para transportá-los.

“Com o convívio, os alunos precisam desenvolver outras competências além da música, como a paciência, o foco e a disciplina.”

Rip conta que, embora as aulas sejam abertas para todos, há um foco especial nos alunos que têm problemas na escola.

“As aulas têm o intuito de atrair as crianças que têm dificuldade de concentração, elas terão a oportunidade de ter um aprendizado que é prático de de vivências. Como professores, nossa dificuldade não é transmitir as matérias, mas fazer com que os alunos se interessem."

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