'Homem-Formiga e a Vespa' tenta atrair público feminino

Filme é o primeiro longa da Marvel no qual uma heroína tem o mesmo destaque de um herói

Rodrigo Salem
Los Angeles

"Homem-Formiga e a Vespa", que estreia nesta quinta (5), pode parecer mais uma vitória fácil da Marvel nas bilheterias, mas não é bem assim. Afinal, o filme de Peyton Reed é a sequência de "Homem-Formiga" (2015), que está entre os três longas que menos renderam ao estúdio americano de super-heróis.

Os US$ 180 milhões (R$ 704 milhões em valores atuais) arrecadados nos EUA pelo original, sobre um ladrão que usa um traje com poderes de encolhimento e força, dificilmente renderia sequências.

Mas "Homem-Formiga e a Vespa" se tornou uma ótima oportunidade para a Marvel atender ao público feminino com mais carinho: é o primeiro filme do estúdio em que uma heroína ganha o mesmo destaque o herói, tanto na trama, quanto na promoção.

"Sempre soubemos que o filme seguinte seria 'Homem-Formiga e a Vespa' e que ela usaria o uniforme", diz Kevin Feige, presidente da Marvel Studios, em entrevista a jornalistas estrangeiros em Pasadena, no condado de Los Angeles.

Mas a trajetória por pouco não foi diferente. O plano da Marvel era apresentar a personagem em "Capitão América: Guerra Civil", de 2016, que uniu a maioria dos heróis do estúdio, inclusive o Homem-Formiga. Peyton Reed bateu o pé e conseguiu evitar que a Vespa fosse apresentada de modo atropelado na trama.

A atriz Evangeline Lilly ("Lost"), que vive a personagem Hope van Dyne, disse ter sido avisada por telefone da exclusão do filme, e que não era para se ofender. "Então, me falaram que gostariam de dedicar um filme inteiro para apresentar a heroína. Não queriam que fosse apenas uma participação especial. Foi empolgante para mim, mas não sabia que dividiria o título do projeto."

A sequência chega aos cinemas cerca de dois meses após "Vingadores: Guerra Infinita", longa que marcou os dez anos da Marvel e mudou radicalmente o status quo de vários heróis. Em uma década, o estúdio arrecadou US$ 7,2 bilhões (R$ 28 bilhões em valores corrigidos), uma média por filme de US$ 378 milhões (equivalente a R$ 1,5 bilhão).

No longa que fechou o ciclo, tanto a Vespa quanto o Homem-Formiga não fizeram parte do evento, para surpresa dos fãs. A explicação está nesta continuação, passada em paralelo à "Guerra Infinita".

Scott Lang (Paul Rudd) está no fim da prisão domiciliar depois de roubar o uniforme do Homem-Formiga das mãos do cientista Hank Pym (Michael Douglas) e lutar ao lado do Capitão América (Chris Evans) contra o governo e a tentativa de regular heróis.

Lang começa a sofrer consequências de ter explorado o Reino Quântico ao se miniaturizar no fim do longa anterior: ele sente a presença de Janet van Dyne (Michelle Pfeiffer), mulher de Pym e mãe de Hope, que teria se perdido para neste universo subatômico.

O herói ajuda Hope a resgatar a mãe, enquanto uma nova vilã chamada Fantasma (Hannah John-Kamen) e um empresário (Walton Goggins) tentam roubar a tecnologia de alteração de tamanho.

O ápice do filme é uma perseguição automobilística. "Queria uma perseguição que simplesmente não pudesse ser feita em nenhum outro longa. Foi meu maior desafio", diz o diretor Peyton Reed.

Movidos pela ideia de que o filme revele algo para o futuro da Marvel após o trágico "Guerra Infinita", os fãs devem mudar a trajetória do longa.

Segundo especialistas, a sequência deve render em torno de US$ 80 milhões no fim de semana de estreia nos EUA, ante os US$ 57 milhões do original (à época, 6 dos 10 espectadores eram homens de 25 anos) e tem uma cena extra ligada diretamente com o restante do Universo Marvel.

"Há coisas nele que você verá novamente. Como e onde elas aparecerão a curto e longo prazo, só o futuro dirá", provoca o produtor Kevin Feige.

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