Celebrados no filme “Maior que o Mundo”, os cineastas da Boca do Lixo procuram um local para sede de sua associação.
Entidade que reúne diretores, técnicos e atores que orbitaram naquele polo audiovisual, o Memorial do Cinema Paulista está em negociações com Secretaria Municipal de Cultura para ter um espaço na cidade.
Egressa das pornochanchas, a atriz Nicole Puzzi se reuniu com o secretário André Sturm, mas o local da sede ainda não foi definido.
A ideia é expor o acervo relativo ao período em que o entorno da rua do Triunfo, no centro da capital paulista, foi um polo fervilhante de produção de filmes.
Ali, entre o bate-bolsa de prostitutas, foram feitos longas de vanguarda (“O Bandido da Luz Vermelha”), faroestes (“Um Pistoleiro Chamado Papaco”), pornochanchadas e títulos que engrossaram a produção audiovisual paulista entre os anos 1960 e 1980.
Em 2014, a associação esteve por trás do filme “Memórias da Boca”, compilado de episódios dirigidos por oito egressos daquele ambiente, entre eles José Mojica Marins, o Zé do Caixão. O filme ficou em cartaz no Cine Belas Artes, em 2015.
Enquanto busca apoio para achar uma sede, o memorial enfrenta desunião.
Um dos diretores de “Memórias da Boca”, Alfredo Sternheim, 75, se queixa de que o grupo existe em “extrema fraqueza”. Ele reclama que a associação tem “falhas burocráticas”, que não tem se reunido e que o presidente do memorial, que está se tratando de um câncer, não delega funções.
Presidente da entidade, Diomédio Piskator, diz que os diretores da associação continuam se reunindo e que espera lançar mais filmes e organizar, para o fim do ano, uma festa ao ar livre com projeção de filmes antigos da Boca do Lixo.
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