Descrição de chapéu

Nelson Ayres Big Band faz show para lançar álbum impecável

Pianista chamou 17 solistas e montou repertório para contemplar o talento de todos

Nelson Ayres Big Band, que se apresenta no Sesc
Nelson Ayres Big Band, que lança seu primeiro álbum - Ivo Cunha/Divulgação
Thales de Menezes
São Paulo

Nelson Ayres Big Band

  • Preço R$ 28 (CD)
  • Gravadora independente

Quem assistiu aos shows da big band formada pelo pianista Nelson Ayres na década de 1970, em São Paulo, costuma provocar inveja nos que não estavam lá para ver. Formou-se na época um culto às apresentações dos exímios instrumentistas na casa noturna Opus 2004 e em outros endereços lendários.

Agora está mais fácil para todos terem acesso à concepção de big band criada pelo músico, compositor, arranjador e regente de 71 anos. A Nelson Ayres Big Band lança nesta sexta (13), no Sesc Pinheiros, seu primeiro álbum, que une com singularidade e bom gosto o jazz e a música popular.

Músicos de várias gerações participam do disco, de integrantes originais a instrumentistas que nem eram nascidos em 1972, quando Ayres retornou de três anos na Berklee School of Music, em Boston, para montar o grupo.

A Big Band tocou regularmente até 1980, quando Ayres seguiu a carreira em várias frentes, entre as quais se destacam seu trabalho como maestro da Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo e a formação do quinteto Pau Brasil, ainda hoje o grupo brasileiro de jazz de maior alcance na cena mundial do gênero.

O retorno da Nelson Ayres Big Band começou a ser arquitetado em 2015. Para finalmente levar a pegada de som encorpado e dançante ao estúdio, Ayres chamou 17 solistas e tratou de montar um repertório para contemplar o talento de todos.

Cinco das dez faixas são composições do próprio Ayres. "Olé!", animada abertura do disco; "Organdi e Gomalina", samba inspirado em um casal de dançarinos de gafieira; a envolvente "A Arte de Voar"; "Vitor", tributo ao amigo e saxofonista Victor Assis Brasil (1945-1981); e "Só Xote", momento leve e divertido para fechar o trabalho.

A outra metade do disco pega emprestado de figurões da MPB músicas que ganham arranjos que vão do tratamento ousado ao respeitoso. As escolhas: Tom Jobim ("Corcovado"), Gilberto Gil (a menos conhecida "Fechado pra Balanço"), Léa Freire ("Risco"), Jackson do Pandeiro ("Sebastiana") e Moacir Santos ("Amphibious", deslumbrante e desafiadora na execução).

No show, algumas poucas mudanças de formação.

A big band no Sesc Pinheiros terá, além de Ayres no piano, a bateria de Ricardo Mosca, o baixo de Alberto Luccas, os trompetes de Bruno Belasco, João Lenhari, Nahor Gomes e Sidmar Vieira, os saxofones de Cássio Ferreira, César Roversi, Lucas Macedo, Mauro Oliveira e Ubaldo Versolato, e os trombones de Diego Calderoni, Fabio Oliva, Joabe Reis e Roberto Sales.

Para a apresentação, Ayres convidou a cantora Lívia Nestrovski, que também tem se dedicado a fusões.

Com as músicas do álbum, o repertório deve incluir "Tico-Tico no Fubá", de Zequinha de Abreu, "É Luxo Só", de Ary Barroso e Luiz Peixoto, "Bolero de Satã", de Guinga e Paulo César Pinheiro, e "Começaria Tudo Outra Vez", de Gonzaguinha. Bônus de qualidade para um disco impecável.

Shows

Nelson Ayres Big Band

Instrumental
até R$40

Em atividade há 45 anos, a big band comandada pelo maestro Nelson Ayres lança disco homônimo, que mistura jazz e música brasileira, em apresentação no Sesc Pinheiros, nesta sexta (13). A cantora Lívia Nestrovski participa do show.

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