Até que ponto pode chegar a fantasia obsessiva do homem de querer controlar seus semelhantes? O tema atravessa "O Homem que Queria Ser Rei", do britânico nascido na Índia Rudyard Kipling, a partir do pano de fundo imperialista.
O conto de 1888, que chega às bancas em 2 de setembro por meio da Coleção Folha Inglês com Clássicos da Literatura, também inspirou um filme homônimo de John Huston em 1975, com Sean Connery e Michael Caine.
No 22º volume da Coleção Folha, o narrador (jornalista como Kipling) viaja de trem ao interior da Índia quando conhece um estranho que pede-lhe a transmissão de uma mensagem a um amigo. Este, como o remetente, é maçom.
A missão é cumprida e tempos depois a dupla surge na redação onde o jornalista trabalha. Ali, os ex-sargentos Peachey Carnehan e Daniel Dravot falam das frustrações em relação ao império britânico e do projeto de conquistar um reino próprio no Kafiristão, região no noroeste do Afeganistão que faz fronteira com a Índia.
O povoado dali descende dos soldados de Alexandre, o Grande, abrindo espaço para a dupla ser reverenciada. Tribos da região conheciam os ritos habituais da maçonaria, e Carnehan e Dravot se proclamam grão-mestres e sugerem traços divinos.
Vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1907, Kipling acabou esquecido após sua morte em 1936. Passou a ser visto como um escritor extraordinário para crianças, a exemplo de "O Livro da Selva" e seu protagonista Mogli, ou um grande defensor do imperialismo britânico.
Somente décadas depois a crítica passou a reconhecer, para além dos aspectos políticos, a riqueza de sua literatura.
A Coleção Folha apresenta o conto clássico de Kipling em edição bilíngue, com versões lado ao lado para facilitar a leitura e a consulta do estudante de língua inglesa. A presença de termos e expressões do século 19 traz um desafio extra à leitura do texto original.
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