Festival de Cinema Judaico exibe boa safra de filmes israelenses

Com abertura neste domingo (5), 22ª edição do evento apresenta premiadas produções do país

Cena do filme O testamento, destaque no festival de cinema judaico
Cena do filme ‘O Testamento’, de Amichai Greenberg, que integra a programação do Festival de Cinema Judaico - Divulgação
Naief Haddad
São Paulo

Há filmes de temática judaica de diretores da Alemanha, da Argentina, do Brasil, da Romênia, da Rússia, entre tantos outros países.

Mas o que chama mesmo a atenção na 22ª edição do Festival de Cinema Judaico de São Paulo é a safra israelense.

O evento começa neste domingo (5) com exibição para convidados de "O Testamento", de Amichai Greenberg, na Hebraica. A partir da segunda (6) e até o dia 15, a mostra reúne 32 filmes no MIS, no Instituto Moreira Salles e no Sesc Bom Retiro, além da Hebraica.

Estreia de Greenberg na direção de um longa-metragem, "O Testamento" é uma das boas produções vindas de Israel.

Narra a saga de um historiador ortodoxo que busca informações sobre um massacre de judeus no fim da Segunda Guerra Mundial em uma vila na Áustria. No meio das pesquisas, ele encontra um depoimento de sua mãe em que ela admite não ser judia.

Além da sessão para convidados, o filme terá exibições para o público em geral.

De acordo com a curadora do festival, Daniela Wasserstein, Greenberg pertence a uma leva de diretores israelenses que têm conseguido levar seus filmes para mostras de prestígio fora do país.

"O Testamento" teve exibição no Festival de Veneza do ano passado. Em Israel, também em 2017, foi escolhido como o melhor filme no Festival de Haifa.

Cena do filme 'O Primo', destaque do festival de cinema judaico, de Tzahi Grad
Cena do filme 'O Primo', de Tzahi Grad - Divulgação

Na mesma edição de Haifa, o prêmio de ator coube a Tzahi Grad, de "O Primo", que também está no festival paulistano. É um drama com trechos cômicos sobre o israelense Naftali, que convida o jovem palestino Fahed para trabalhar com ele. Além de protagonista, Grad dirige "O Primo".

O filme extrai muito do cotidiano do cineasta. A casa, o escritório e o carro do personagem pertencem ao próprio Grad. Seus filhos na trama são interpretados por seus filhos de fato.

Para essa solução, pesou evidentemente o baixo orçamento do filme. Grad diz à Folha que "O Primo" custou 1 milhão de shekels, a moeda israelense (um shekel equivale a cerca de R$ 1).

Segundo Daniela Wasserstein, os mais recentes filmes israelenses não se restringem às questões políticas e religiosas, como o público brasileiro está habituado. Produções como "Saudade", de Savi Gabizon, "O Confeiteiro", de Ofir Raul Graizer, e "Foxtrot", de Samuel Maoz, abordam dramas pessoais.

"Foxtrot", aliás, conquistou o Leão de Prata (Grande Prêmio do Júri) do Festival de Veneza do ano passado. Maoz se tornou mais conhecido do público cinéfilo ao ganhar o Leão de Ouro na mostra italiana de 2009 por "Lebanon".

Entre as produções de outros países, uma boa opção é o sul-africano "Um Ato de Desafio". O filme lembra a trajetória do advogado judeu Bram Fischer, que defendeu Nelson Mandela e o livrou da pena de morte.

Outro destaque é "Bombshell: A História de Hedy Lamarr" (EUA), documentário sobre a atriz e inventora austríaca.


Veja as primeiras exibições de alguns dos destaques ​

'O  Testamento'

 Seg. (6), 20h30, na Hebraica

'O Primo'

Sáb. (11), 20h30, na Hebraica

'Saudade'

Qui. (9), 16h30, na Hebraica

'Foxtrot' 

Qua. (8), 20h30, na Hebraica

'Um Ato de Desafio'

Qui. (9), 18h, no MIS

'Bombshell' 

Sex. (10), 18h, no MIS

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