Festival feminista AgoraÉQueSãoElas reúne escritoras, ativistas e curiosos

Primeira edição do evento promoveu debates e performances com personalidades do movimento

A atriz Mariana Ximenes durante apresentação no festival "Agora é que são elas", na Unibes Cultural, em São Paulo
A atriz Mariana Ximenes durante apresentação no festival "Agora é que são elas", na Unibes Cultural, em São Paulo - Joel Silva/Folhapress
Débora Yuri
São Paulo

A primeira edição do festival feminista AgoraÉQueSãoElas reuniu neste domingo (12) cerca de mil pessoas no espaço Unibes Cultural, em São Paulo, segundo cálculos da organização. O evento promoveu discussões entre algumas das vozes que tornaram o feminismo uma pauta-chave da atualidade.

Houve exposição de novas artistas, mostra de curtas, declamação de poesias e “espaço de fala” para divulgação de ideias, além de feira de roupas “plus size” e oficinas de marcenaria e pequenas reformas (“Aprenda a furar corretamente! Furadeira é o símbolo máximo da autonomia!”).

A rapper Preta Rara e a multi-instrumentista Bia Ferreira se apresentaram no terraço do espaço cultural para um público de ativistas, simpatizantes e curiosos. 

Os destaques do encontro, idealizado pela roteirista Antonia Pellegrino, colunista da Folha, foram os debates com personalidades do movimento feminista. 

Participaram a escritora Heloisa Buarque de Hollanda, a filósofa Djamila Ribeiro e Eliana Sousa, fundadora da ONG Redes da Maré, onde a vereadora Marielle Franco, assassinada em março, fez cursinho pré-vestibular.

Uma das intelectuais mais influentes de seu país, a historiadora britânica Mary Beard deu uma “master class” sobre a trajetória de silenciamento da mulher, principal tema de seus estudos. A palestra foi seguida por perguntas conduzidas por Fernanda Mena, repórter especial da Folha.

Uma intervenção da atriz Mariana Ximenes encerrou o dia de debates sobre o empoderamento feminino. 
Ela fez uma performance de “O Anjo do Lar”, texto que a escritora Virginia Woolf leu para a Sociedade Nacional de Auxílio às Mulheres em Londres, em 1931. No telão, eram projetadas imagens de brasileiras importantes como Elza Soares, Alcione, Fernanda Montenegro e Rita Lee.  

“Estou em pesquisa porque quero voltar ao teatro. Eu tinha acabado de ler esse texto quando me falaram do festival e decidi experimentá-lo aqui, com uma orientação luxuosa da [diretora] Bia Lessa”, diz a atriz, que passou o dia no centro cultural, assistindo às palestras. 

“É claro que eu sou feminista, você tem alguma dúvida? É muito bom ouvir mulheres que trazem pra gente todas essas reflexões.”

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