Morre artista plástico paraibano Antonio Dias aos 74 anos

Artista tratava de câncer do pulmão há sete anos e foi diagnosticado em junho de 2017 com um tumor na cabeça

São Paulo

Morreu, nesta quarta-feira (1º), o artista plástico paraibano Antonio Dias, aos 74 anos. Ele estava internado desde domingo na Clínica São Vicente, zona sul do Rio de Janeiro. 

O artista tratava de câncer do pulmão há sete anos e foi diagnosticado em junho de 2017 com um tumor na cabeça. 

Nascido em Campina Grande, cidade da Paraíba, Dias radicou-se no Rio de Janeiro no final dos anos 1950.

Na época, ele frequentou aulas de Oswaldo Goeldi no ateliê de gravura da Escola Nacional de Belas Arte e passou a trabalhar como desenhista de arquitetura e artista gráfico, colaborando para publicações como a revista Senhor. 

O artista plastico Antonio Dias em 2011
O artista plastico Antonio Dias em 2011 - Evelson de Freitas/Folhapress

Nara Roesler, sua galerista há nove anos, disse em depoimento à Folha que trabalhar com Dias permitia a o aprendizado e troca de experiências a todo momento. "Todos os artistas que são seguros, são cooperativos", afirmou Roesler. "Ele sabia da importância de seu trabalho". 

O colega de profissão e também artista plástico Waltércio Caldas afirma que Dias o influenciou tanto profissionalmente quanto pela sua postura. 

"Ele apresentou uma nova concepção do que era ser artista", diz o Caldas. "Dias refletia muito sobre a questão política que não era usada de forma ingênua, mas de uma forma fantástica, que para mim apresentava a ideia de artista contemporâneo". 

O diálogo político em seus trabalhos que dialogavam contra a ditadura militar. Nos anos 1970, Dias passou uma temporada na Europa, em parte por causa da época por causa da forte censura da época em outra devido aos convites que recebeu para expor na França. 

Nesta época, seus quadros passam de um vocabulário geométrico, abstrato e partem à pintura de experimentos com pigmentos de ouro, cobre, óxido e grafite. 

Em 2018, a exposição "Entre Construção e Apropriação" no Sesc Pinheiros reuniu obras de Antonio Dias, Geraldo de Barros e Rubens Gerchman, que aborda a similaridade de aspectos políticos, estéticos e sociais, entre os três durante os anos 1960. 

Dias deixa a esposa Paola e duas filhas. O velório será no Memorial do Carmo na Capela 7, na quinta-feira (2), das 14h às 16h. 

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