Queermuseu consegue derrubar classificação proibitiva para 14 anos na Justiça

Juiz tinha determinado na véspera da reabertura da exposição que a classificação fosse proibitiva

Isabella Menon
São Paulo

A exposição "Queermuseu" não tem mais classificação proibitiva para 14 anos, agora será apenas indicativa. Segundo o advogado Demian Guedes, do Parque Lage onde ocorre a mostra, o museu venceu uma ação movida na Justiça contra a proibição nesta terça (21).

A exposição foi reaberta no último sábado (18) no Parque Lage, no Rio de Janeiro, com a classificação proibitiva para menores de 14 anos. Isso porque, na véspera, a Justiça proibiu o acesso de menores de 14 anos, alegando que a mostra apresenta nudez e conteúdo sexual. A decisão da 1ª Vara da Infância e da Juventude só permitia acesso de jovens de 14 e 15 anos acompanhados dos responsáveis.

"A mostra tem sofrido preconceito pois trata do assunto 'queer'", afirma Guedes, em entrevista à Folha. Ele diz que a mostra já sofreu mais de uma dezena de processos, desde sua abertura e fechamento em Porto Alegre, que vão desde inquéritos criminais, civis e até um processo no Ministério da Justiça. 

A primeira exibição da mostra, em Porto Alegre, foi suspensa em setembro do ano passado pelo Santander Cultural após pressão de grupos conservadores nas redes sociais. Entre os artistas que compõe a exposição estão Adriana Varejão, Cândido Portinari, Lygia Clark, Yuri Firmesa e Leonilson.

A montagem no Rio foi garantida após crowdfunding , que levantou mais de R$ 1 milhão, e polêmica com o prefeito Marcelo Crivella (PRB), que não permitiu que a mostra fosse levada ao MAR (Museu de Arte do Rio de Janeiro).


 

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