Filme com Thaila Ayala e filho de Almir Sater homenageia o sertanejo

Chitãozinho e Xororó, Rio Negro e Solimões e Rick (sem Renner) estão em longa que estreia agora

Eduardo Moura
São Paulo

Quase tudo no filme “Coração de Cowboy”, que estreia nos cinemas nesta quinta (27) é brasileiro: diretor, atores, produtora, distribuidora, equipe. Mas não a estética.

Locações, música incidental e figurinos lembram filmes americanos, principalmente dos anos 1980 e 1990.

O diretor Gui Pereira, radicado em Los Angeles e estreante em longas, usa os recursos que adquiriu nos Estados Unidos para prestar no filme sua "homenagem à música sertaneja por meio do repertório de Chitãozinho e Xororó".

Na trama de "Coração de Cowboy", o ator Gabriel Sater, filho do violeiro Almir Sater, vive Lucca, cantor sertanejo de sucesso.

Em crise e cansado de cantar a vertente mais pop do estilo, conhecida como sertanejo universitário, ele viaja à sua cidade natal para voltar às raízes. Lá, encontra um pai cheio de rancor —interpretado por Jackson Antunes— e se apaixona pela dona do bar da cidade —vivida por Thaila Ayala.

"Evidências", talvez a música mais famosa da dupla sertaneja, toca na íntegra. A cena em que o casal se beija pela primeira vez foi pensada, desde o início, para ter a canção como trilha sonora.

“Saudade de Minha Terra”, “Não Desligue o Rádio” e “Deixei de Ser Cowboy por Ela” são outras canções de Chitãozinho e Xororó que embalam o filme.

Gui Pereira não nega a pecha de “americanizado”. Com graduação na Los Angeles Film School e mestrado na prestigiosa CalArts, ele reconhece que teve uma formação bem americana, mas justifica a estética do filme, que se passa no Brasil: “É uma consequência da globalização”.

Para ele, o interior do Brasil e o dos Estados Unidos têm muito em comum. “Em termos de estética, o interior americano não é distante da realidade brasileira”, diz.

Em Knoxville, no Tennessee, epicentro da música country americana, o filme ganhou o prêmio do júri popular no Scruffy City Film & Music Festival.

Pereira inscreveu o longa em mais uma dezena de festivais de cinema, quase todos fora do Brasil. “Chegamos a mandar para [o Festival de] Gramado, mas a estratégia mudou.”

A trilha sonora é assinada por Lucas Lima. “John Williams foi uma das grandes inspirações”, diz Pereira. O compositor americano venceu cinco prêmios Oscar por trilhas de filmes como “E.T. - O Extraterrestre” (1982) e “Star Wars” (1977).

O diretor também destaca como atrativo do filme as participações do que ele chama de “os Avengers do sertanejo”: Chitãozinho e Xororó, Rio Negro e Solimões e Rick (sem Renner).

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