O triste espetáculo de um museu tragado pelas chamas não é novidade no Brasil. Há quatro décadas, na mesma cidade que assistiu neste domingo à destruição do Museu Nacional, pegava fogo o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, uma das maiores tragédias já registradas na história da arte do país.
Na madrugada de 8 de julho de 1978, um incêndio que começou na sala de som do museu, um prédio modernista desenhado por Affonso Reidy à beira da praia no Flamengo, destruiu quase todo o acervo.
Pinturas de Pablo Picasso, Salvador Dalí e boa parte da fase construtivista do uruguaio Joaquín Torres-García viraram cinzas em menos de uma hora, além de quase todos os volumes da biblioteca especializada em artes visuais.
Nos livros de contabilidade, estimaram o prejuízo em cerca de R$ 60 milhões, mas, para a história, o dano provocado pelas labaredas é irreparável.
Nunca esclareceram as causas do incêndio. Investigações da época apontaram um curto-circuito causado por instalações elétricas defeituosas como a origem mais provável do incêndio que fez o museu fechar as portas por três anos.
Mesmo depois de reaberto, em 1981, o MAM também teve de interromper suas atividades por causa de goteiras e falta de segurança para o acervo.
Depois de uma longa campanha de solidariedade no meio artístico, o museu foi se reerguendo. Em 1993, o MAM recebeu em comodato a coleção de Gilberto Chateaubriand, com 3.500 trabalhos.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.