A literatura de cordel foi transformada em patrimônio cultural do Brasil, na manhã desta quarta (19).
Em reunião no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultura —órgão colegiado de decisão máxima do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)— aprovou por unanimidade o tombamento. O Iphan, por sua vez, é vinculado ao Ministério da Cultura (MinC).
Estiveram presentes o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, a presidente do Iphan, Kátia Bogéa, e o presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC), Gonçalo Ferreira da Silva, que foi o proponente do pedido de registro.
Na parte da tarde, foi tombado do acervo de Arthur Bispo do Rosário como patrimônio material. O sergipano morto em 1989, diagnosticado com esquizofrenia, ganhou fama pelos suas obras confeccionadas com tecido bordado.
Na quinta-feira (20), mais quatro serão avaliados: a Procissão do Senhor dos Passos, em Florianópolis (SC), Sistema Agrícola Tradicional das Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira (SP), os terreiros de candomblé Ilê Obá Ogunté Sítio Pai Adão, em Recife (PE), e Tumba Junsara, em Salvador (BA).
O cordel é um gênero literário popular sobretudo no Nordeste e Norte do Brasil. Costuma vir impresso em folhetos simples, com ilustrações bem características. Os versos e rimas também costumam ser cantados —a tradição começou com o hábito dos próprios autores dos cordéis, que declamavam seus versos como uma canção para atrair compradores.
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