Novo Paço das Artes ocupará atual garagem do casarão Nhô Nhô Magalhães

Espaço expositivo, a ser inaugurado em 2019, fica colado ao shopping Pátio Higienópolis

João Perassolo
São Paulo

O novo Paço das Artes ocupará o espaço que funcionava como a garagem do casarão Nhonhô Magalhães, em Higienópolis.

A área, atualmente um grande vazio de 800 metros quadrados com janelas que dão para a área externa do shopping Pátio Higienópolis, é uma parte não tombada pelo patrimônio histórico da mansão construída para o barão do café Carlos Leôncio Magalhães no final da década de 1930.

O imóvel, que fica na esquina da avenida Higienópolis com a rua Albuquerque Lins, foi tombado em 1994 pelo Conpresp, o órgão municipal de preservação.

A ser inaugurado em meados do ano que vem, o espaço expositivo fica em uma espécie de subsolo deste casarão de arquitetura inspirada em palacetes franceses do século 19. 

É cerca de 200 metros quadrados menor do que a galeria que a instituição tinha na sua antiga sede na Cidade Universitária, da qual foi despejada em março de 2016.

“Do jeito que está hoje, o espaço é pouco flexível para receber mostras de arte: o teto é muito baixo e há a questão da iluminação”, diz Regina Ponte, coordenadora da Unidade de Preservação de Patrimônio Museológico, órgão vinculado à Secretaria da Cultura do Estado.

O Paço das Artes recebeu o imóvel desta forma do shopping Pátio Higienópolis, que comprou o casarão de 2.500 metros quadrados —divididos em cinco pavimentos— em 2005 e começou a reformá-lo quatro anos mais tarde.

Diante deste cenário, a organização social que administra o Paço contratou o escritório do arquiteto Alvaro Razuk, especializado em desenvolver projetos museográficos, para uma nova remodelação da área. 

De acordo com Daniel Winnik, da equipe de Razuk, a ideia é aumentar o pé-direito e ter opções de controle de iluminação —com ou sem luz natural, de acordo com o que as exposições demandarem. O projeto está em fase de finalização.

Além da galeria para as mostras, de uso exclusivo do Paço, a instituição vai dividir com o shopping a utilização de um anfiteatro que comporta 50 pessoas sentadas, no piso acima da garagem.

Regina Ponte diz que nem uma loja nem um café estão previstos, já que a nova sede ficará ao lado de um centro de compras que já oferece esses serviços.

Desde que deixou o Instituto Butantan, em 2016, o Paço das Artes, uma das principais instituições no circuito de arte contemporânea nacional, ocupa provisoriamente uma área dentro do Museu da Imagem e do Som, na avenida Europa. 

A mostra inaugural será uma individual da artista Regina Silveira, um dos nomes mais relevantes do cenário inspirada por Iberê Camargo e Marcel Duchamp.

 
Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.