'O Grande Circo Místico' representa o Brasil no Oscar 2019 de filme estrangeiro

Longa de Cacá Diegues foi escolhido por comissão e tenta chegar entre os finalistas da categoria

A atriz Bruna Linzmeyer em cena do longa 'O Grande Circo Místico', de Cacá Diegues
A atriz Bruna Linzmeyer em cena do longa 'O Grande Circo Místico', de Cacá Diegues - Divulgação
João Paulo Martins
São Paulo

“O Grande Circo Místico” irá representar o Brasil na disputa pelo Oscar de melhor filme estrangeiro. Dirigido por Cacá Diegues, recém-eleito para a Academia Brasileira de Letras, o longa conta a saga de cinco gerações da família austríaca Knieps, dona de um circo. 

O filme, inspirado em um poema de Jorge de Lima, teve sua première no Festival de Cannes. No Brasil, deve estrear em 15 de novembro.  

Para Diegues, que representa o Brasil pela sétima vez na disputa, a importância do prêmio é relativa. “Fico feliz, mas não acho que o Oscar seja o parâmetro principal para ditar a qualidade de um filme brasileiro. Gosto mais pela promoção do trabalho”, afirma o cineasta, selecionado outrora por obras como “Xica da Silva” (1977) e “Orfeu” (2000) —nenhuma das seis indicadas sobreviveu à peneira.

Como é de praxe, cada país inscreve seu representante, mas só cinco filmes brigam pelo prêmio. A lista, junto com a dos indicados em categorias como melhor diretor  e melhor atriz, sai em 22 de janeiro. Já a premiação será em 24 de fevereiro, em Los Angeles. 


Diegues enfrentará filmes bem cotados como“Girl”, de Lukas Dhont (Bélgica), “Border”, de Ali Abbasi (Súecia), “Burning”, de Lee Chang-dong (Coreia do Sul) e “Sunset”, de László Nemes (Hungria).

“Grande Circo” já se destacou entre os outros 21 longas que disputavam a indicação no Brasil, incluindo quatro documentários. Filmes elogiados pela crítica, como “Ferrugem”, de Aly Muritiba, e “Benzinho”, de Gustavo Pizzi, foram desbancados na deliberação da comissão indicada pela Academia Brasileira de Cinema, nesta terça (11). 

Para o cineasta Jeferson De, membro da comissão, o motivo central da escolha foi o fato de a história do diretor se confundir, invariavelmente, com toda criação cinematográfica feita no Brasil. 

A última vez que o país ficou entre os finalistas foi em 1999, com “Central do Brasil”, de Walter Salles. Na ocasião, o filme foi derrotado por “A Vida É Bela”, de Roberto Benigni.

Cena de 'O Grande Circo Místico', de Cacá Diegues
Cena de 'O Grande Circo Místico', de Cacá Diegues - Divulgação
 
O MinC, por meio da Secretaria de Audiovisual, anunciou que vai destinar R$ 200 mil para a divulgação do filme no exterior. 

O filme de Cacá Diegues teve sua primeira exibição no Festival de Cannes deste ano. “Eu queria voltar ao barroco brasileiro, que estava esquecido e que é uma das bases da nossa cultura”, disse o diretor à Folha, em Cannes, sobre o tom do longa. “Os filmes brasileiros hoje estão fixados no realismo-naturalismo, em fatos concretos. Acho importante, mas eu queria outra coisa."  

Ano passado, "Bingo - O Rei das Manhãs" foi selecionado para representar o Brasil no Oscar de melhor filme estrangeiro. O longa de Daniel Rezende, porém, não passou da primeira peneira, que resume a lista final a nove títulos.

 
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