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De tempos em tempos, criaturas de outros planetas cruzam a galáxia para se aventurarem pelas animações terráqueas. Desta vez, um trio de monstrengos coloridos dá as caras em “Amigos Alienígenas”, dos irmãos Wolfgang e Christoph Lauenstein.
Premiados em 1989 com o Oscar de melhor curta animado, os gêmeos alemães, em seu primeiro longa-metragem, trazem aos cinemas um filme bem menos original e expressivo do que o obscuro “Balance”, de apenas sete minutos e meio de duração.
Bonitinha, mas ordinária. Assim é a história de Léo, um menino de 12 anos que perdeu a mãe e tem um pai negligente e lunático, obcecado por provar a existência dos seres extraterrestres.
Se os dias do garoto em casa não andam nada fáceis, na escola, pior ainda. Uma paixonite pela menina descolada não correspondida; as constantes perseguições do grupinho de valentões da classe; a ideia fixa do diretor de encaminhá-lo aos cuidados de uma megera cheia de intenções duvidosas.
Enquanto isso, no espaço, três ETs a bordo de um navio de cruzeiro cósmico decidem visitar a Terra ao verem pela TV, num canal tipo Shoptime, uma esteira de massagem “de alta qualidade que elimina as gordurinhas”.
Então, como é de se prever, os alienígenas, motivados por essa premissa pouco convincente, descem da nave, cruzam o caminho de Léo e se tornam seus novos grandes amigos.
Após muitas cenas de ação salpicadas com um humor inocente, porém repetitivo, a turma interplanetária ajuda a botar a vida do protagonista nos eixos —o que implica numa série de soluções banais e de clichês mal explorados.
A narrativa de conciliação familiar, um tanto preguiçosa, é incapaz de avançar alguns passos para além do lugar-comum. Os dramas de Léo até despertam empatia num momento inicial, entretanto, logo chega a sensação de que já vimos trama parecida antes. Diversas vezes, aliás.
O visual, embora simpático, também não impressiona. Os movimentos desajeitados e a falta de expressividade dos personagens —especialmente os extraterrestres, que lembram exemplares simplórios das criaturas de "Monstros S.A.” (2001) e "Toy Story” (1995)— colocam a animação em um nível técnico abaixo do de várias outras.
Sem ofender e sem encantar, “Amigos Alienígenas” funciona como distração para crianças pequenas, mas pode passar batido. No geral, um filme que carece de personalidade e abusa da monotonia.
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