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'Cinderela e o Príncipe Secreto' só convence público bem infantil

Aventuras da princesa plebeia se desenrolam em torno de um segredo nunca antes revelado

Marina Galeano

Cinderela e o Príncipe Secreto (Cinderella and the Secret Prince)

  • Quando Estreia nesta quinta (11)
  • Classificação Livre
  • Produção EUA, 2018
  • Direção Lynne Southerland

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Um dos contos de fadas mais populares do mundo, Cinderela vira e mexe ganha uma nova versão nas telas. Até a ex-dançarina do É o Tchan, Carla Perez, já viveu seus momentos de gata borralheira tupiniquim no ícone trash “Cinderela Baiana”, de 1998.

Entre as animações, a da Disney, dirigida por Clyde Geronimi, Wilfred Jackson e Hamilton Luske, em 1950, marcou gerações. Depois dela, outras vieram —inclusive duas continuações feitas pelo estúdio americano, lançadas direto em DVD—, porém, nenhuma com o mesmo brilho. 

Às vésperas do dia das crianças, “Cinderela e o Príncipe Secreto” tenta seu quinhão nas bilheterias brasileiras com uma historinha chata de doer, daquelas descartáveis, que só convencem um público bem infantil (e olhe lá). 

No desenho de Lynne Southerland —​co-diretora de “Mullan 2 - A Lenda Continua” (2004)—, algumas das principais referências ao clássico, como o baile no castelo, a madrasta má e as irmãs megeras, são mantidas. Mas, desta vez, nada de sapatinho de cristal perdido ou de carruagem que vira abóbora à meia-noite. As aventuras da princesa plebeia se desenrolam em torno de um “segredo nunca antes revelado”.

O príncipe virou sapo. Ou melhor, um rato. Um rato cinzento chamado Alex, com modos bastante estranhos para um roedor, que começa a despertar a curiosidade (e os sentimentos) da mocinha. Lá pelas tantas, descobre-se que o bichinho é, na realidade, um nobre enfeitiçado por uma bruxa maligna, espécie de prima feiosa da Malévola. 

A partir daí, Cinderela, Alex, mais dois ratinhos e uma aprendiz de feiticeira cheia de habilidades viajam à procura de um anel mágico que pode quebrar o encanto maligno e mostrar, após cansativas reviravoltas, o caminho do tal felizes para sempre.

Uma trama boba, conduzida por criaturas inexpressivas e costurada por diálogos chochos, descontextualizados, do nível “você não pode ser tão cruel” ou “você não é o príncipe verdadeiro, você é uma fraude”. Sem falar nas soluções fáceis, tipo um livro oportuno que surge do além. 

Se o conteúdo não ajuda a levantar “Cinderela e o Príncipe Secreto", a estética, tampouco. Apesar de belos cenários, os cortes bruscos de quadros quebram o ritmo da história; os personagens, com seus olhões vidrados, se movimentam de forma truncada. 

A reta final, então, investe pesado em um show de pirotecnia, quase como se quisesse compensar a falta de luz do filme como um todo. Tarde demais.  

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