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Em Frankfurt, escritores brasileiros fazem manifesto contra Bolsonaro

Delegação oficial do país assina documento que pede uma 'frente democrática antifascista'

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São Paulo

A delegação brasileira de escritores na Feira do Livro de Frankfurt, o mais importante evento do gênero do mundo, divulgou um manifesto contra o candidato presidencial Jair Bolsonaro, do PSL.

“Repudiamos a escalada fascista no Brasil e alertamos para a eleição iminente de um candidato racista, machista, homofóbico, apologista da tortura e que advoga pelo extermínio de ativistas e das minorias”, diz o texto.

O documento é assinado pelos três autores que fazem parte da totalidade da delegação oficial brasileira na feira alemã: Bianca Santana, Geovani Martins e J.P. Cuenca.

“Aqui em Frankfurt, as pessoas nos olham e fazem cara de tragédia. Toda conversa, todo debate gira em torno disso”, conta Cuenca. “E a imprensa estrangeira dá o nome que se deve ao que está acontecendo. Chama de fascismo.”

Autor de “Descobri que Estava Morto” e “O Dia Mastroianni”, ele diz cogitar estender o manifesto para que outros participantes em Frankfurt também assinem. “As pessoas do Brasil não têm noção do buraco em que estão se metendo.”

O escritor J. P. Cuenca
O escritor J. P. Cuenca - Zo Guimarães/Folhapress

O texto pede ainda a criação de uma frente “democrática antifascista que nos livre do pior”.

Evento mais importante do mundo para o mercado editorial, a Feira do Livro de Frankfurt reúne anualmente, em outubro, cerca de 7.300 expositores de mais de cem países durante cinco dias. Neste ano, a Geórgia é a nação homenageada. Em 2013, foi o Brasil.

Leia a íntegra do manifesto:

Nós, abaixo assinados, escritora e escritores brasileiros representantes do Brasil na Feira do Livro de Frankfurt de 2018, pautados na defesa da liberdade de expressão e dos direitos humanos:

1- Repudiamos a escalada fascista no Brasil e alertamos para a eleição iminente de um candidato racista, machista, homofóbico, apologista da tortura e que advoga pelo extermínio de ativistas e das minorias;

2- Lembramos que, se o candidato é fascista, a maior parte de seus eleitores não é. O desencanto pela política os levou a um voto de protesto com consequências desastrosas. Ainda há tempo de rever o próprio voto antes do segundo turno eleitoral, colocando o respeito às diferenças e à liberdade acima de disputas partidárias;

3- Rogamos pela criação de ampla frente democrática antifascista que nos livre do pior. A constituição de 1988 está em risco, assim como a vida de mulheres, LGBTs, negras, negros e ativistas que têm sofrido agressões por todo o país.

Bianca Santana, Geovani Martins, J.P. Cuenca

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