Líder da Franz Ferdinand diz que não fará manifestação partidária em show

Com nova formação, quinteto escocês vem ao Brasil para lançar novo disco, 'Always Ascending'

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Franz Ferdinand posa para foto em nova turnê do disco 'Aways Ascending'
Franz Ferdinand posa para foto em nova turnê do disco 'Aways Ascending' - David Edwards
João Paulo Martins
São Paulo

Após quatro anos sem tocar no país, Franz Ferdinand, o quinteto escocês conhecido por seu posicionamento político contestador, está de volta para lançar o disco "Always Ascending" em uma miniturnê que desembarca em São Paulo.

De Londres, Alex Kapranos, vocalista e líder do grupo, diz que não transformará os shows em manifestações partidárias por entender que "a própria essência de sua música é um ato político".

A duas semanas das eleições presidenciais no país, Kapranos afirma não conhecer bem a situação política brasileira, mas conta que ouviu falar do movimento "EleNão", contrário ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).

"A situação política mundial é preocupante, e temos perdas significativas ao redor do mundo nos direitos humanos. O Brasil não poderia ficar de fora dessa. Há muita demagogia e ódio espalhados por aí. Temos de combatê-los."

Kapranos não se contém, no entanto, ao falar do presidente dos EUA, Donald Trump: "É um lixo. É o tipo de pessoa que eu diria a uma criança para não seguir como exemplo. Ele representa a ganância, a raiva, a misoginia e a ignorância. É a pior figura pública que conheci em toda minha vida."

"Always Ascending", o mais recente álbum do grupo, é marcado por algumas mudanças: nele se despede o criativo guitarrista Nick McCarthy, que é substituído por Dino Bardot, e há a introdução do tecladista Julie Corrie.

A nova formação traz ao disco referências à fase clássica de David Bowie, em que o músico inglês interpretou o alienígena Ziggy Stardust em suas composições, como também ao pós-punk dançante dos anos 1980.

"Todos os artistas da minha geração, a partir de 1972, foram influenciados pelo Bowie. Não nos programamos para fazer um disco dançante, mas ficou assim. No palco, ainda primamos pelo rock and roll em sua forma mais crua."

O vocalista diz que não se sente um veterano e afirma que compõe com a mesma energia de quando era adolescente. "Me sinto saudável e jovem em cima do palco. Quando tiver 60 anos, poderá me chamar de veterano", afirma.

Mas, mesmo que Kapranos não se sinta tão experiente assim, o Franz Ferdinand, que estreou com um álbum homônimo em 2004, chega ao seu quinto disco com maturidade. Integra, ao lado dos Strokes e do Arctic Monkeys, a principal geração de bandas de indie rock do início dos anos 2000.

E a banda possui uma forte ligação com o Brasil. Essa é a oitava passagem do grupo pelo país, e Kapranos não esconde sua paixão pelo povo brasileiro, que, segundo ele, "tem um ar dócil e amável".

O vocalista diz ainda conhecer e gostar da música brasileira. "Ouvi um grupo bem legal que se chama 'Bonde do Rolê'. Eles fazem um som interessante e fora do padrão que costumo ouvir. Também amo Jorge Ben e Caetano Veloso."

Sua paixão pela comida local também já foi retratada até mesmo em um episódio de seu livro "Sound Bites", publicado em 2006.

"Fiquei apaixonado por sorvete de milho quando abrimos para o U2 em nossa primeira passagem pela América do Sul. Havia um monte no camarim, e eu sempre como quando retorno."

O grupo encerra sua passagem pelo país com uma apresentação inédita em Natal, no Rio Grande do Norte, no próximo sábado (13).

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O grupo escocês formado em 2002 e responsável por hits do indie rock volta ao país para divulgar o quinto álbum

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