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Líder de 'The Walking Dead' sai de cena após 8 anos de luta contra os zumbis

9ª temporada começa hoje com momentos finais de Andrew Lincoln no papel e nova showrunner

Leonardo Sanchez
São Paulo

Um policial da Geórgia, nos Estados Unidos, acorda de um coma em um hospital aparentemente abandonado. Debilitado, caminha por corredores vazios. Percebe, ao deixar o local, que uma epidemia vitimou milhares de pessoas e que ele dormiu tempo suficiente para que um apocalipse zumbi se instaurasse no planeta.

Durante anos, ele luta contra os mortos-vivos e também contra humanos que ameaçam sua família e amigos. Mas, após oito temporadas de muito derramamento de sangue, sua história chega ao fim.

Esse é o destino de Rick Grimes, protagonista da série de terror americana "The Walking Dead", da AMC, exibida no Brasil pela Fox.

Ao chegar a seu nono ano neste domingo (7), a trama irá acompanhar os últimos momentos do personagem, já que seu intérprete, Andrew Lincoln, anunciou em julho que deixará o programa para ficar com a família.

Se por um lado o fim de Rick Grimes —ainda não é certo se o personagem morrerá ou se outro destino o aguarda— é motivo de tristeza para muitos fãs, por outro sua ausência deve gerar um compartilhamento do protagonismo da série, abrindo mais espaço para os personagens femininos, negros, estrangeiros e LGBTs sobreviventes.

Mas a saída de Lincoln não é a única força motora por trás dessa tendência: a chegada de Angela Kang, primeira showrunner mulher do seriado, também promete dar mais espaço a personagens até então secundários.

Filha de imigrantes coreanos, Kang já foi roteirista e produtora de "The Walking Dead" antes de ser promovida. "Acho que ser uma mulher à frente da série e ser uma minoria neste país, já que meus pais são imigrantes, me dá uma perspectiva diferente. Isso é algo que eu levo comigo para o estúdio."

Com a saída de Lincoln, especula-se que o protagonismo passará para as mãos de Michonne, interpretada por Danai Gurira, de "Pantera Negra". Outro personagem que deve ganhar mais destaque é Jesus (Tom Payne), que se revelou gay na sétima temporada e entrou para o rol de personagens LGBT da trama, ao lado de Tara (Alanna Masterson) e Aaron (Ross Marquand).

"Eu tenho consciência que o mundo é um lugar diverso. Os Estados Unidos já são assim e nós ainda temos uma audiência global. Então eu quero que o seriado sempre reflita isso", diz Kang. "Essa é uma das minhas prioridades."

Além do maior destaque para velhos conhecidos, novos personagens que refletem esse cenário diverso farão sua estreia na nona temporada.

"Nós teremos uma atriz alemã, com sotaque alemão, cuja família vem do Oriente Médio. Nós temos outro membro do elenco que é do Reino Unido, que também terá sotaque, e é descendente de japoneses", diz. "Além disso, teremos nossa primeira grande antagonista mulher." A atriz escalada para o papel da vilã Alpha é Samantha Morton (a precog de "Minority Report").

De acordo com Kang, a tendência é que a trama reflita cada vez mais a diversidade presente no mundo, afinal, ela se passa na contemporaneidade e tem um elenco que se atualiza de forma constante, graças às mordidas de zumbi que, vez ou outra, dão cabo a algum personagem importante.

Triste para alguns, a saída de Lincoln deve, por outro lado, acentuar essa renovação. "Para mim, que sou de família de imigrantes, saber que há diferentes pessoas assistindo ao seriado e se conectando com essas histórias é muito significativo", finaliza Kang.

The Walking Dead

Aos domingos, às 22h30, na Fox e Fox Premium 2. 16 anos

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