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Monstrengo complexo, vilão Venom ganha roteiro esperto e diálogos de morrer de rir

Tom Hardy conquista a plateia do cinema na pele do hospedeiro dos quadrinhos, inimigo do Homem-Aranha

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Cena de "Venom" Divulgação

Venom

  • Quando Estreia nesta quinta (4)
  • Classificação 14 anos
  • Elenco Tom Hardy, Michelle Williams e Marcella Bragio
  • Produção EUA, 2018
  • Direção Ruben Fleischer

A frase publicitária que acompanha os cartazes de “Venom” é: “O mundo já tem muitos super-heróis”. Brinca com o fato de seu personagem ser um vilão nos gibis da editora Marvel e, mesmo assim, ganhar um filme próprio.

Mas, depois de assistir ao longa, é fácil perceber que o mundo do cinema ainda pode receber novos heróis. Basta um roteiro esperto e enxuto, efeitos visuais inventivos e um ator carismático para segurar o papel principal.

“Venom”, o filme, tem Tom Hardy, que conquista a plateia. E não é fácil lidar com Venom, um monstrengo complexo. 

O personagem surgiu em 1984, na saga “Guerras Secretas”, megaevento dos quadrinhos que reuniu os heróis da Marvel numa aventura épica. Ainda sem nome, era chamado de “roupa alienígena”. O Homem-Aranha a “vestiu”, como um uniforme todo preto, e ganhou poderes ampliados.

Depois veio a descoberta: tratava-se de um ser simbionte, da raça Klyntar. Espécie de criatura líquida, envolve um hospedeiro como se fosse uma vestimenta e passa a ter uma existência compartilhada, influenciando seu “parceiro” a praticar o mal.

O nome Venom só viria em 1989, e de lá para cá apareceu como ameaça em inúmeros gibis da Marvel. Quase sempre contra o Homem-Aranha, mas outros heróis também tiveram de enfrentá-lo.

Venom já teve vários hospedeiros. O novo filme escolheu aquele de maior sucesso: Eddie Brock, fotógrafo que trabalhava para o mesmo jornal em que Peter Parker, o Homem-Aranha, publicava suas fotos.

No filme, sem o Aranha, o enredo é simplificado. Venom e outros de sua espécie são coletados no espaço e trazidos à Terra por um cientista maluco. Uma série de eventos acaba fazendo Venom tomar o corpo de Brock, agora apresentado como um repórter investigativo fracassado.

Os dois passam a conversar o tempo todo dentro da cabeça de Brock, em diálogos de morrer de rir. Entre cenas de ação espetaculares, a dupla descobre que precisa impedir que uma grande ameaça destrua toda a vida na Terra. Sim, Brock precisa convencer Venom a virar “mocinho”.

Hardy foi o substituto bem-sucedido de Mel Gibson em “Mad Max” e já tem experiência como malvado em adaptações de HQ ao cinema. Interpretou o cruel Bane no filme que encerrou a trilogia do diretor Chris Nolan para Batman.

Se “Venom” tem alguns probleminhas de roteiro, Hardy passa por cima deles para transformar o filme num ótimo programa. Ator charmoso e com bom jeito para a comédia, ele compõe os melhores momentos da narrativa na relação entre o humano e o alien habitando o mesmo corpo.

A franquia com o anti-herói já está confirmada, basta ver o que acontece nos momentos finais deste primeiro filme.

A produção é da Sony, numa associação com a Marvel. Na teoria, está fora dos filmes do Universo Marvel, aquele que tem os Vingadores. Mas é possível a migração de Venom para lá, como aconteceu com o Homem-Aranha, que também começou no cinema pela Sony. Talvez não seja necessário. Brock e Venom estão indo muito bem sozinhos.

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