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'Os Invisíveis' narra como judeus berlinenses se salvaram na 2ª Guerra

Docudrama combina depoimentos, recriações dramatizadas e material de arquivos

Alexandre Agabiti Fernandez

Os Invisíveis (Die Unsichtbaren)

  • Quando Estreia nesta quinta (4)
  • Classificação 14 anos
  • Elenco Max Mauff, Alice Dwyer, Ruby O. Fee
  • Produção Alemanha, 2017
  • Direção Claus Räfle

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Documentarista de sucesso na Alemanha, Claus Räfle tem predileção pelo período nazista. Aqui, conta um capítulo pouco conhecido da Segunda Guerra: como judeus berlinenses conseguiram se salvar mergulhando na clandestinidade, tornando-se "invisíveis".

Os protagonistas são quatro jovens entre 16 e 20 anos que sobreviveram com o apoio de cidadãos alemães. Recorreram a diversos expedientes e contaram com a sorte para escapar ao terrível destino

Räfle narra a história como um docudrama, combinando depoimentos dos sobreviventes, recriações dramatizadas feitas por atores e material de arquivos. Um dos riscos da escolha é colocar as encenações a reboque dos depoimentos, como mera ilustração, mas o diretor não cai na armadilha. 

Os depoimentos trazem comentários e reflexões, interagindo bem com as encenações, que apresentam novos dados. Perfeitamente dosadas, as imagens de arquivo reforçam a densidade e a verossimilhança do que é encenado.

A órfã Hanni Lévy (Alice Dwyer) decide se "arianizar", tingindo o cabelo de loiro, e passa o tempo em lugares pouco prováveis para uma judia perseguida —em cinemas ou misturando-se à multidão.

Ruth Arndt (Ruby O. Fee) finge ser viúva de guerra e trabalha na casa de um oficial da Wehrmacht que sabe da farsa, mas não a trai. Eugen Friede (Aaron Altares) fica escondido com amigos do padrasto, mais tarde é acolhido por uma família em cuja casa usa um uniforme da Juventude Hitlerista e depois passa a distribuir panfletos da resistência.

Mas a história mais espantosa é a de Cioma Schönhaus (Max Mauff), que escapou da deportação por trabalhar numa fábrica de armas. Depois, passa a falsificar documentos para fugitivos, ganha dinheiro e compra um barco de lazer.

Schönhaus enfrenta as situações com muito sangue-frio. Os quatro compartilham dessa presença de espírito diante da adversidade e da juventude, que os fez menos rigorosos na hora de avaliar os risco —algo decisivo quando isso podia significar a diferença entre viver e morrer.

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