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Cinema

Com leveza, humor e ação, 'Bumblebee' pode ressuscitar Transformers

Sexto filme com os robôs heróis enterra chatice e pretensão que marcaram o declínio da série

Thales de Menezes

Bumblebee

  • Quando Estreia nesta terça (25)
  • Classificação 10 anos
  • Elenco Hailee Steinfeld, John Cena, Jorge Lendeborg Jr
  • Produção EUA, 2018
  • Direção Travis Knight

Os fãs que perderam a paciência com a franquia Transformers precisam voltar a ter fé e entrar nos cinemas para assistir a “Bumblebee”. O sexto filme com os robôs heróis enterra chatice e pretensão que marcaram o declínio da série.

Para revigorar a saga, o eleito foi justamente seu personagem mais singelo, Bumblebee, o pequeno robô amarelinho que é o menor dos Autobots, os mocinhos da guerra com os vilões Decepticons.

Desde o primeiro filme, esse embate tem reflexos na Terra, ameaçando a sobrevivência da raça humana. “Bumblebee” explica como o planeta entrou na rota da batalha cibernética.

O megaprodutor e diretor megalomaníaco Michael Bay deve receber méritos pelo primeiro “Transformers”, de 2007. Foi uma grande sacada fazer filmes com os robozinhos que se transformavam em veículos (carros, aviões, helicópteros...) e eram sucesso estrondoso nas lojas de brinquedo.

Além da boa ideia, o blockbuster revelou o hoje ator “problemático” Shia LaBeouf, colecionador de tretas em Hollywood, e a hoje esquecida Megan Fox, uma das musas do cinema da década passada que não sobreviveu na seguinte.

O problema de Bay, adepto da grandiosidade numa tela, foi dirigir quatro sequências do filme, progressivamente piores. Nas duas mais recentes, trocou LaBeouf por Mark Wahlberg, bem-sucedido em filmes de ação e também produtor de seus projetos.

Não ajudou muito. O quinto filme, “Transformers: O Último Cavaleiro”, ultrapassou os limites do bom senso para mostrar a presença dos Autobots na Terra desde a Idade Média.

No novo filme, Bay dá lugar a nomes pouco conhecidos. O diretor Travis Knight veio da animação “Kubo e as Cordas Mágicas”, e a roteirista Christina Hodson assina agora apenas seu terceiro trabalho.

“Bumblebee” dá um banho de simplicidade nos roteiros anteriores. Perto de perder a guerra para os Decepticons, Optimus Prime, líder dos Autobots e grande herói da saga, ordena a Bumblebee que vá antes de todos ao planeta escolhido para ser o novo esconderijo, a Terra. Ele deve proteger aquele mundo se os Decepticons descobrirem o plano.

Chegando ao planeta em 1986, Bumblebee precisa escolher um modelo de carro para reproduzir sua forma como disfarce. Sem entender nada do mercado automobilístico dos anos 1980, ele escolhe um Fusca.

Escondido num ferro-velho, ele é levado por Charlie, garota de 18 anos que ainda sofre a perda recente do pai, não tolera o novo marido da mãe e sofre bullying na escola por não ser como os outros alunos. Tendo aprendido muito de mecânica com o pai, ela se sente mais à vontade numa oficina do que em um shopping com as colegas.

Todo o processo que leva a menina a descobrir que tem na garagem um robô de outra galáxia é muito engraçado, seguindo a linhagem do E.T. com os meninos no filme clássico de Steven Spielberg. Não por acaso, Spielberg é um dos produtores de “Bumblebee”.

As cenas muito engraçadas incluem uma casa acidentalmente destruída e as tentativas de Charlie fazer Bumblebee gostar de suas preferências musicais, como Smiths e Simple Minds.

Mas dois Decepticons chegam do espaço e conseguem convencer o Exército americano de que vieram em paz e querem salvar a Terra da ameaça de Bumblebee.

Assim, o robô Fusquinha e Charlie precisam fugir dos militares e ainda impedir que os Decepticons destruam o planeta.

Sem as grandiosas batalhas com dezenas de robôs que Michel Bay usava para rechear os filmes anteriores. “Bumblebee” apresenta engenhosas lutas entre o herói amarelo e os vilões de metal, maiores e mais fortes do que ele.

O melhor é perceber que o filme funciona bem até para quem nunca viu um exemplar da franquia. Com leveza, humor e ação, “Bumblebee” pode ressuscitar os Transformers.

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