Festival da Sanfona põe foco em instrumentos e anima mesmo com verba menor

Apresentações chegaram ao fim neste domingo, com Mestrinho tocando Dominguinhos

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São Paulo

Terminou na madrugada deste domingo (18) em Juazeiro (BA) a 5ª edição do Festival Internacional da Sanfona, com show em ritmo de festa.

Um público de cerca de 1.600 pessoas dançou e cantou com Mestrinho, sanfoneiro de mão cheia, músicas de Dominguinhos como “Eu Só Quero um Xodó” e “Gostoso Demais”, dele e Nando Cordel.

mestrinho com sanfona
O músico Mestrinho - Pinguim/Divulgação

O evento que teve início na quarta-feira (14), com programação gratuita, contemplou uma exposição temática, oficinas de sanfona, “jam sanfona sessions”, workshops internacionais e nacionais, além de shows com instrumentistas consagrados mundialmente.

Apresentaram-se no palco da Arena do Centro de Cultura João Gilberto sanfoneiros brasileiros e internacionais, como Simone Zanchini (Itália) e Jason O’Rourke (Irlanda do Norte). O Brasil foi representado por excelentes instrumentistas como Mestrinho (SE), Targino Gondim (BA), Chico Chagas (AC) e o Quinteto Sanfônico do Brasil (BA), responsável por começar a festa do último show que deixou muito cinto de fivela lustrada.

Embora esta edição tenha sido realizada com menos da metade do recurso financeiro (R$ 300 mil) de edições anteriores, o evento foi um sucesso entre artistas e público.

“Esse festival é perfeito, maravilhoso. Tem que ter sempre. O Quinteto Sanfônico é o máximo”, disse Manuela Santana Postas, 33, fisioterapeuta que saiu da cidade de Itaberaba, na Chapada Diamantina, a cerca de 400 km de Juazeiro, para assistir aos shows do festival.

Para o irlandês Jason O’Rourke, que tocou músicas tradicionais de seu país, como a sua “The Woods of Old Leitrim” e “The Coming of Spring”, de Paddy O´Brien, além de “causar” tocando “Asa Branca”, de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, o festival foi “fantástico”.

Um dos melhores momentos do evento foi a brilhante apresentação realizada pelo italiano Simone Zanchini, sem nenhum roteiro, repertório ou norte preestabelecido. A única coisa que se sabia era que ele tocaria ininterruptamente durante 50 minutos. No entanto, não se imaginava que nesse tempo se ouviria tanta dedicação, amor e respeito pelo público e pela música, conforme demonstrado pelo exímio instrumentista.

Edições anteriores, por contarem com mais verba, tiveram grandes nomes da MPB, como Elba Ramalho e Fagner, reunindo até 30 mil pessoas. Nesta edição, um total de 10 mil pessoas tiveram acesso à música e artistas de excelente qualidade.

“O foco nos instrumentistas foi bem importante. A sanfona esteve mais na frente do palco do que das outras vezes. Isso deu uma oxigenada no festival”, disse Celso de Carvalho, diretor geral do evento.

O Festival Internacional da Sanfona está garantido para 2019, com recurso proveniente do Fundo de Cultura da Bahia.

O repórter viajou a convite da organização do festival.

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